24 outubro 2009

A FITA MÉTRICA DO AMOR

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

8 comentários:

ney disse...

heli,
Disse bem a Martha, vale a sensibilidade. bjs/ney.

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amiga Heli,

Um texto fabuloso !!!!
Tão perfeito que sinto vontade de lho pedir para publicar, mais dia menos dia, no Sempre Jovens.
Será que autoriza???
Voltarei para saber a sua resposta.

Parabéns pela belíssima escolha.

Beijinho

heli disse...

Ney.
Vale sim, a sensibilidade em todos os aspectos da nossa vida.
Beijos.
heli

heli disse...

Fernanda.
Também adorei o texto e claro que você poderá publicá-lo em seu blog.Martha Medeiros escreve de um modo especial.Ela fala da vida e do melhor modo de vivenciá-la.
Beijos,
heli

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amiga Heli,
Muito grata.
Farei naturalmente alusão à fonte, colocando o link par o vosso Blog.

Bom fim de semana para todos,
Beijinhos

Unknown disse...

Tem premio para seu blog.
Vá buscá-lo:
http://koyaanisqatsi-cb.blogspot.com/2009/10/premiacao.html

Carlos Bayma

Carlos Albuquerque disse...

Lúcido e sensível este olhar da Martha Medeiros, com o qual estou inteiramente de acordo.
Bom seria, como disse Pessoa pela pena de Bernardo Soares, que as pessoas não se deixassem seduzir pela falsa diferença das coisas e das ideias.
Bom Domingo
BJS

heli disse...

Carlos.
Concordo contigo que o texto da Martha traz um olhar sensível e verdadeiro, no que se refere às relações interpessoais.
Boa semana para vc,
bjs.