Não há tinta em minhas mãos,
não há telas.
Não passa de invenção,
a embarcação
e as velas.
Não há mar e nem gaivotas,
nem mesmo uma pequena ilha.
Não há pessoas nas portas.
Não há vila.
Porém na imaginação,
de um borrão faço uma ilha.
Ponho água, céu e chão.
Crio a mais bela vila.
Ponho pessoas nas portas,
outras correndo pro mar.
Ponho um barco, rumo a terra,
velas e o vento a soprar.
Ponho alguém a escutar,
o barulho das gaivotas,
a onda que vai e volta,
e o canto de Iemanjá.
Ponho um sol já a se pôr
no entardecer do dia.
Ponho cor e harmonia,
como poria o pintor
em seu quadro de valor,
a mais bela poesia.
5 comentários:
Belíssima tela,belíssima pintura a palavras doces e melodiosas.
Obrigada!
L.B.
Lidia,
Obrigado pela presença e carinhosas palavras. Bela história a sua de professora, deixei lá no seu blog um comentário. Abraço/ney.
Ney.
Também adorei a tela!
Pois é, muitas vezes damos mais valor a poetas mais conhecidos, já consagrados e não valorizamos outros que trazem tamanha beleza em seus poemas.
Você escolheu bem, a poesia de João Felinto fala bem alto ao coração.
Tenha um belo dia.
bjs
Sabe, heli, é mesmo surpreendente, a poesia se renovando com tanta beleza, num mundo que julgamos sempre em correrias... dá gosto ver, e nos leva a acreditar sempre na sensibilidade humana. bjs/ney.
Olá amigo,
Gostei muito dessa pintura, também já passei a fase das pinturas, das telas, dos óleos e das aguarelas.
Do nada tudo que constroi.
Abraço,
Fernanda Ferreira
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