31 março 2009

OS LEQUES


Aproveitando a postagem da Dulce, e os comentários, um vídeo de uma Exposição em Curitiba: http://www.youtube.com/watch?v=W6Rz5Lyshag

A LINGUAGEM DO LEQUE


Cercado por mitos e lendas, o surgimento do leque é considerado por alguns autores como sendo tão antigo quando o homem. Dizem que Cupido (Eros) o Deus do Amor, criou o leque ao arrancar uma asa de Zéfiro, Deus do Vento, para refrescar sua amada Psique, enquanto esta dormia. Já os chineses atribuem a criação do leque a Kan-Si, filha de um poderoso mandarim quando, num baile de máscaras, não suportando o calor e não desejando expor seu rosto, usou-o para abanar-se, no que foi seguido pelas outras damas da corte. Antigas civilizações como as do Egito, Assíria, Pérsia, Índia, Grécia e Roma fizeram uso do leque que chegaram a Europa através das Cruzadas, vindos do Oriente entre os Séculos XII e XIII. E, a partir dai, tornaram-se um complemento indispensável a elegância feminina.. Com suas folhas feitas em papel pergaminho, tecido, renda ou seda, sobre o qual eram feitas pinturas, bordados em lantejoulas ou fios de ouro ou prata eram complemento indispensável das damas das cortes e, foi nesse contexto de sedução, de luxo, que a Linguagem do Leque, originada possivelmente da Corte Francesa no Século XVIII tomou corpo. Um complicado sistema de posições e gestos que permitiam a uma dama comunicar-se e flertar.. Como curiosidade, coloco aqui o significado de algumas das posições na Linguagem do Leque:

Esconder os olhos com o leque aberto – Amo-te
Andar com o leque aberto na mão esquerda – Aproxima-te
Girar o leque na frente do rosto com a mão esquerda – Amo outro
Leque aberto no colo – Quando nos veremos?
Tocar o cabelo com o leque fechado – Não me esqueças
Abrir e fechar o leque - Adeus
Apoiar o leque no lado direito da face – Sim
Apoiar o leque no lado esquerdo da face – Não
Abrir e fechar o leque várias vezes – Tu és cruel
Andar na sala (ao entrar) abrindo e fechando o leque – Hoje não sairei
Tocar o leque aberto com as pontas dos dedos – Preciso falar contigo

Hoje praticamente em desuso, ainda tem muitas seguidoras, como eu, por exemplo, que não dispensam o seu uso e o trazem sempre na bolsa para um momento de mais calor, lamentando por esse fascinante acessório ter sido abandonado, quase esquecido.

Um interessante texto sobre a história da criação e evolução do leque pode ser vista no link abaixo (Recomendo)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Leque

METÁFORAS, PARÁBOLAS, AMENIDADES...

CENOURA, OVO E CAFÉ

A cenoura, o ovo e o café.

Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir.

Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia. Seu pai, um chef, levou-a até a cozinha, encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto.

Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última, pó de café.

Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.

A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.

Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás.

Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma tigela.

Virando-se para ela, perguntou:

"Querida, o que você está vendo?"

"Cenouras, ovos e café," ela respondeu.

Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras.

Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias. Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.

"O que isto significa, pai?"

Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.

A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil.

Os ovos eram frágeis, sua casca fina havia protegido o líquido interior, mas depois de terem sido fervidos na água, seu interior se tornara mais rijo.

O pó de café, contudo, era incomparável; depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água.

Ele perguntou à filha:

"Qual deles é você, minha querida?

Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde?

Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha, torna-se frágil e perde sua força?

Ou será você como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de alguma perda ou decepção se torna mais duro, apesar de a casca parecer a mesma?

Ou será que você é como o pó de café, capaz de transformar a adversidade em algo melhor ainda do que ele próprio?

Autor desconhecido.

30 março 2009

UMA TERAPIA LUCRATIVA...

BONECA DE CROCHE

Um homem e uma mulher estavam casados por mais de 60 anos. Eles tinham compartilhado tudo um com o outro. Eles tinham conversado sobre tudo. Eles não tinham segredo entre eles afora uma caixa de sapato que a mulher guardava em cima de um armário e tinha avisado ao marido que nunca abrisse aquela caixa e nem perguntasse o que havia nela. Assim por todos aqueles anos ele nunca nem pensou sobre o que estaria naquela caixa de sapato. Mas um dia a velhinha ficou muito doente e o médico falou que ela não sobreviveria. Visto isso o velhinho tirou a caixa de cima do armário e a levou pra perto da cama da mulher. Ela concordou que era a hora dele saber o que havia naquela caixa. Quando ele abriu a tal caixa, viu duas bonecas de crochê e um pacote de dinheiro que totalizava 95 mil dólares.
Ele perguntou a ela o que aquilo significava, ela explicou: - Quando nós nos casamos, minha avó me disse que o segredo de um casamento feliz é nunca argumentar/brigar por nada. E se alguma vez eu ficasse com raiva de você que eu ficasse quieta e fizesse uma boneca de crochê.
O velhinho ficou tão emocionado que teve que conter as lágrimas enquanto pensava: 'Somente duas bonecas preciosas estavam na caixa. Ela ficou com raiva de mim somente duas vezes por todos esses anos de vida e amor’.
- Querida!!! - ele falou - Você me explicou sobre as bonecas, mas e esse dinheiro todo de onde veio?
- Ah!!! - ela disse - Esse é o dinheiro que eu fiz com a venda das bonecas.

(Autor desconhecido)

Nota - E pensar que fiz tanto crochê em minha vida, e nunca cismei de aprender a fazer bonecas... Olha que teria feita uma poupancinha bem razoável... rs... (brincadeirinha, amigos...)

Um dia na praia da China






Fotos enviadas pelo José Antonio através de e_mail

29 março 2009

Uma viagem no tempo através da música...

São as 100 músicas mais ouvidas em cada ano. A seleção vai do ano de 1904 até 2003.

http://www.planetarei.com.br/100anos/index.htm

OS SONHOS QUE QUERO TER...


No silêncio da madrugada cortado apenas pelo maravilhoso violino de Andre Rieu, parece que os sentimentos ficam mais aguçados, a saudade aperta mais o peito, as lembranças chegam mesmo que se tente impedir... E uma imensa nostalgia envolve cada centímetro de meu corpo...

Caminho pela casa, inquieta, sento-me no terraço, meus olhos se fecham a sua simples lembrança, enquanto sinto a musica que soa baixinho na noite me envolver. Queria não pensar, mas não consigo, queria não lembrar, mas as lembranças fazem parte de mim... Adivinho sua voz que me chama em sussurro, mas sei que é apenas delírio. Chego quase a sentir o toque de sua mão em meus cabelos, pressinto o seu respirar... Loucura!...
Deixo-me ficar ali, imóvel, lágrimas de saudade lavando minha alma até que o frio da noite vai aos poucos me trazendo de volta a realidade... A cidade parece dormir embalada pelo cântico suave da chuva que cai mansamente. Minha alma, já um pouco mais serena, acomoda-se em seus domínios e me permite tentar dormir.
Apago os quebra-luzes, vou para meu quarto em busca de umas horas de sono aonde possivelmente sua presença se fará inteira nos sonhos que quero ter...

28 março 2009

"HERRAR É UMANO" OU ERRAR É HUMANO


Não tenhamos dúvidas: errar é humano. E devemos aprender com nossos erros. Entretanto, os erros cometidos nos materiais didáticos de geografia produzidos e distribuídos à rede estadual de ensino pela Secretaria da Educação – e posteriormente recolhidos - são gravíssimos e inadmissíveis, pois as conseqüências, em tese, poderiam ser imediatas até mesmo para quem não é aluno de escola estadual e confiasse nas informações ali contidas. Tais erros, na verdade, causam insegurança na sociedade sobre a exatidão e a qualidade dos materiais pedagógicos sob responsabilidade da Secretaria Estadual da Educação.
Fico imaginando um aluno, ou qualquer outra pessoa, que queira conhecer os países que fazem fronteira com o Brasil. Se quiser ir a um dos países "vitimados" pelos erros geográficos da Secretaria, seguindo o mapa contido nas apostilas de geografia do governo estadual, ele poderia chegar ao país errado!
Todos nós podemos incorrer em erros e, efetivamente, isto acontece. Na educação, como em outras áreas, muitos erros são motivados por interpretações ou ideologia., mas a Secretaria da Educação cometeu erros grosseiros em relação a uma situação geográfica amplamente conhecida, que não dá margem a nenhum tipo de equívoco. E a tentativa de minimizar estes erros dizendo que os "professores foram avisados", apenas tornou a situação ainda mais grave.
Diante disto, como esperar que os pais tenham tranqüilidade em deixar a educação de seus filhos aos cuidados das escolas estaduais? Principalmente se considerarmos que estes erros foram vistos; mas, e os demais erros que ocorrem na rede estadual de ensino que não são notados tão claramente ou não são denunciados publicamente?
Perguntamos à senhora secretária da Educação: onde vão parar nossos alunos? Com certeza a secretária não sabe aonde quer chegar. Falta-lhe um norte, um horizonte, clareza sobre o caminho a seguir. Ela bate na tecla da qualidade da educação, mas não sabe esclarecer o seu conceito de qualidade. Seus atos, estes sim, falam mais que suas palavras.
Para nós a tarefa da escola pública é fornecer aos alunos, usuários do sistema público de ensino e a suas famílias, que pagam os custos deste sistema, uma educação com qualidade necessária para torná-los cidadãos conscientes da realidade que os cerca, não apenas transmitindo-lhes o conhecimento socialmente acumulado mas dando-lhes condições para processar e produzir novos conhecimentos.
A senhora secretária da Educação parece não saber onde quer chegar também quanto aos investimentos educacionais. Sempre tão empenhada em conter os gastos quando se trata em investir na qualidade do ensino, é responsável, agora, pelo prejuízo decorrente do recolhimento de centenas de milhares de exemplares das apostilas com erros. Evidentemente o recolhimento do material é a providência óbvia e necessária – aliás, a secretária tardou a tomá-la. Mas antes tarde do que nunca. Quem pagará pelo prejuízo aos cofres públicos? A sociedade merece uma resposta.
O fato é que a senhora secretária protagoniza, desde o início de sua gestão, uma cadeia sucessiva de erros. Ela tem demonstrado grande incompetência e nenhuma capacidade de leitura da realidade da rede estadual de ensino, se colocando sempre acima desta realidade, como se tudo pudesse ser explicado pelo inexplicável.
Gostaríamos de dizer ao senhor governador que não é esta a postura que a educação pública no estado de São Paulo espera de sua principal dirigente. Por isto são necessárias mudanças urgentes. Chega de erros motivados pela soberba e pela incompetência, pois eles nada nos ensinam.
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
Membro do Conselho Nacional de Educação

Os poetas...

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

Permito-me falar de sonhos...

Acordo com a chuva batendo na janela, o que deixa em mim uma agradável sensação de aconchego... Continuo de olhos fechados, tentando coordenar meus pensamentos ainda envoltos pela névoa do sono. Sonhava? Sem dúvida! E era lindo! Mas era só mais um sonho, que se esvaiu quando o barulhinho da chuva veio me despertar, que se perdeu na realidade do dia a dia, como tantos e tantos outros que já me acalentaram a alma e me ajudaram a suportar o vazio e a solidão que se instalaram em minha vida ao longo dos últimos anos.
Vou, novamente, falar sobre sonhos, devaneios, quimeras? Não! Não hoje! Ou pelo menos não era essa minha intenção primeira quando comecei a escrever, mas as palavras tomam conta de mim e movem por si só meus dedos pelo teclado e, quando me dou conta, já lá está o fruto de uma "verborragia" quase inconsciente!
Já houve dias em que meu coração vivia de sonhos, e olhe que não faz muito tempo... A vida tornara-se dura, até cruel e eu me refugiava nesses devaneios para poder não enlouquecer. Mas a alma humana, ainda que inconformada, tem uma enorme capacidade de adaptação, uma enorme resistência e, pouco a pouco, fui aprendendo a viver cada momento com força e resignação, sem nunca deixar de sonhar, é verdade, já que sou por natureza uma sonhadora inveterada, compulsiva, consciente, porém, do real significado do meu estado de alma, do meu momento. Fui aprendendo com a própria vida que sonhar é preciso, faz bem a alma, mas que a realidade deve ser enfrentada com firmeza, ainda que doa muito... E tenho feito isso galhardamente.
Claro que trago em mim cicatrizes, pois essa luta tem sido intensa. E essas cicatrizes mostram-se em mim e podem ser vistas em cada ruga que meu rosto ganhou, na tristeza que se espelha hoje em meu olhar, na quase indiferença em que, vez por outra eu me sinto envolvida e até em meus cabelos brancos artisticamente ocultos por habilidosas mãos, em um salão de beleza... E tudo isso não é senão o reflexo, a exteriorização do que carrego lá no fundo de meu ser, da minha alma, do meu pobre e solitário coração...
Tomo emprestados os versos de Thiago de Mello, um dos poetas de meu coração, que tão bem me cabem:

"Vivo a vida do meu sonho,
meu sonho, de sonho vive."

Dulce Costa

26 março 2009

UM ESPANTO...



PABLO NERUDA

"Quando estive pela primeira vez defronte do oceano me enchi de assombro. Ali entre dois grandes montes (o Huique e o Maule) se desatava a fúria do grande mar. Não eram somente as imensas ondas nevadas que se levantavam a muitos metros sobre nossas cabeças, mas um estrondo de coração colossal, a palpitação do universo."


(De "Confesso que vivi")


25 março 2009

ASSIM NÃO DÁ... CHOQUE DE ORDEM !?

Pois é, ao invés de estimular, a prefeitura do Rio tira as bicicletas das ruas e manda para o depósito da Comlurb. Será que vai ter que pagar estacionamento? Vai ter o flanelinha da bicicleta? O ir e vir já era... e com toda a insegurança que temos.

20/03/2009 - http://riopranaochorar.wordpress.com/
Nesta última segunda-feira, a apreensão de bicicletas de cidadãos cariocas mostrou mais uma vez a falta de bom-senso e a agressividade da atual prefeitura do Rio de Janeiro contra sua população. Fiscais da prefeitura e guardas municipais, sob a operação Choque de Ordem, cortaram correntes de bicicletas presas a postes no Catete e Flamengo e as recolheram para um depósito da Comlurb. Em grandes cidades do mundo, as bicicletas são vistas como solução para o trânsito caótico que se forma com o aumento populacional e a melhoria do nível de renda, que possibilita cada vez mais pessoas a adquirirem automóveis. Além disso, é uma solução saudável e ambientalmente correta, pois é um veículo não poluente e estimula o exercício físico.
No Rio, a prefeitura anterior construiu ciclovias pela cidade, mas existem poucos pontos onde se pode estacionar as bicicletas. Segundo a ONG Associação de Transporte Ativo, existem somente cerca de 3.600 vagas para um total de quatro milhões de bicicletas que circulam pelo Rio.

A EDUCAÇÃO QUE NÃO ESTÁ NO MAPA

E como temos falado de EDUCAÇÃO, ou da falta dela, recebi esse e-mail do Jards e estou postando o endereço aqui no blog. Parece que a turma que anda fazendo mapa não está CHEGANDO JUNTO.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=530CID002

24 março 2009

WILSON DAS NEVES - O DIA QUE O MORRO DESCER E NÃO FOR CARNAVAL

O Dia Em Que o Morro Descer e Não For Carnaval
Wilson das Neves


O dia em que o morro descer e não for carnaval
ninguém vai ficar pra assistir o desfile final
na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu
vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil
(é a guerra civil)

No dia em que o morro descer e não for carnaval
não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral
e cada uma ala da escola será uma quadrilha
a evolução já vai ser de guerrilha
e a alegoria um tremendo arsenal
o tema do enredo vai ser a cidade partida
no dia em que o couro comer na avenida
se o morro descer e não for carnaval

O povo virá de cortiço, alagado e favela
mostrando a miséria sobre a passarela
sem a fantasia que sai no jornal
vai ser uma única escola, uma só bateria
quem vai ser jurado? Ninguém gostaria
que desfile assim não vai ter nada igual

Não tem órgão oficial, nem governo, nem Liga
nem autoridade que compre essa briga
ninguém sabe a força desse pessoal
melhor é o Poder devolver à esse povo a alegria
senão todo mundo vai sambar no dia
em que o morro descer e não for carnaval.

Analfabetos funcionais

Município do Rio tem 25 mil estudantes considerados analfabetos funcionais

Plantão | Publicada em 20/03/2009 às 23h47m

O Globo com informações do Jornal Nacional

RIO - A Prefeitura do Rio promete que os 25 mil alunos que foram considerados analfabetos funcionais no provão que avalia a capacidade de leitura de alunos dos quarto, quinto e sexto anos da rede municipal. Duzentos e dez mil alunos fizeram a prova, que reprovou 14%. Segundo o IBGE, em todo o país, os brasileiros que não compreendem o que leem somam um quinto da população com mais de quinze anos de idade.

Por que um aluno que frequenta a sala de aula não consegue aprender? Esta é uma pergunta que faz professores, diretores, estudiosos da área da educação procurarem respostas. E não existe uma só. A solução depende de muitas mudanças e todos concordam que a escola, como é hoje, anda precisando de uma boa transformação.

- A garotada fica bombardeada por esses recursos de mídia, de tecnologia, quando ela chega para se alfabetizar, fica presa ao lápis, ao papel, ao livrinho, ao texto então era bom que a escola abrisse um pouco mais as portas para a inovação - opina Eloiza Oliveira, professora UERJ.

- Cada criança tem o direito, tem a chance de ser alfabetizada antes de chegar aos 8 anos de idade - declara Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef no Brasil.


Fonte: http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2009/03/20/municipio-do-rio-tem-25-mil-estudantes-considerados-analfabetos-funcionais-754938311.asp

AOS 80 ANOS EM 44 SEGUNDOS

Heli mandou por e-email colo aqui no blog...

http://www.youtube.com/watch?v=lCIakowXrPg

ACERTANDO NAS PREVISOES DO TEMPO?...


O dia amanheceu claro, mas já está encoberto, indicando talvez chuva ainda pela manhã. Confesso que não tenho a menor queda para a meteorologia, quase nunca acerto nas minhas “previsões”. E pensando nisso acabo me lembrando de meu marido, nas manhãs de nossos primeiros anos de casamento, qualquer que fosse a cidade em que estivéssemos vivendo - e nem foram tantas, afinal - mas bastava uns poucos meses no local e ele se tornava um expert em “adivinhar” o tempo... Olhava para o céu, examinava as nuvens, a direção do vento, sentia o cheiro de chuva no ar muito antes dela cair e prognosticava um dia de chuva, um dia de sol. Raramente errava. Eu costumava dizer que ele fizera a escolha errada ao resolver cursar física, que deveria procurar um curso de meteorologia porque ele era realmente bom nisso. Ao aposentar-se, homem afeito aos livros, ao conhecimento, resolveu que voltaria a estudar e sabendo que a USP abrira um curso de meteorologia, nem titubeou. Fez o vestibular, passou, claro, e lá foi ele descobrir o mundo dos cúmulus nimbus, das pressões barométricas, das umidades do ar... E, na medida em que o curso ia avançando, em que ele ia adquirindo conhecimentos e técnicas para avaliar o tempo, para fazer previsões, foi perdendo o sentido natural, a sensibilidade para com as mudanças do tempo e, acreditem ou não, daí para a frente, ele raramente acertava uma previsão... Pois é!... Todo aquele acúmulo de conhecimentos das cartas meteorológicas, dos parâmetros, das técnicas, acabou pesando mais do que o instinto natural do homem que fora criado junto à natureza, absorvendo conhecimentos práticos, quase sempre infalíveis. E brincávamos muito com isso, meus filhos e eu, dizendo a ele que perdêramos o meteorologista competente da família em prol do técnico que precisava de todo um laboratório meteorológico para errar nas previsões. Ele coçava a cabeça, colocava no rosto aquele sorriso tranqüilo e, como bom mineiro que era, apensa dizia: - “Pior é que “ocês” tem razão... Esse raio desse curso não me serviu pra nada...”
E fico eu aqui, olhando para o céu que se cobre de nuvens pesadas, lembrando histórias sobre o tempo, trazendo de volta momentos doces vividos ao lado de um homem que me ensinou a viver, que partilhou meus caminhos, que me conduziu pela mão, que me preparou até para ficar só quando chegasse seu momento de partida.
Olhando agora pela janela e vendo o sol começando a rasgar as nuvens, numa indecisão total entre “chove ou faz sol”, parece-me ouvir sua voz forte, calma, dizendo: - “Viu, minha flor? eu não disse que não chovia hoje?...”

23 março 2009

CURITIBA

Heli mandou o PPS, mas acho que estava uma hora de congestionamento na internet e demorei a abrir, mas achei no YOUTUBE e vamos todos curtir a linda CURITIBA...

http://www.youtube.com/watch?v=thEw47qB3ug

UM POUCO MAIS DE THIAGO DE MELLO

ESTATUTO DO HOMEM

Artigo 1
Fica decretado que agora vale a verdade, agora vale a vida e de mãos dadas marcharemos todos pela vida verdadeira;

Artigo 2
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, tem direito a converter-se em manhãs de domingo;

Artigo 3
Fica decretado que a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra e que as janelas devem permanecer o dia inteiro abertas para o verde onde cresce a esperança;

Artigo 4
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem, que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu; parágrafo único, o homem confiará no homem como um menino confia em outro menino;

Artigo 5
Fica decretado que os homens estão livres do julgo da mentira, nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem armadura de palavras, o homem se sentará a mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa;

Artigo 6
Fica estabelecida durante dez séculos a pratica sonhada por Isaías que o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora;

Artigo 7
Decreta e revogada, fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraudada da alma do povo;

Artigo 8
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá a planta o milagre da flor;

Artigo 9
Fica permitido que o pão de cada dia que é do homem o sinal de seu suor, mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura;

Artigo 10
Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida o urro do trai branco;

Artigo 11
Fica decretado por definição que o homem é o animal que ama, e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã;

Artigo 12
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com imensa begonia na lapéla; parágrafo único, só uma coisa fica proibida, amar sem amor;

Artigo 13
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar um sol das manhãs de todas, expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de tentar e a festa do dia que chegou;

Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pantano enganoso da dor, a partir deste instante, a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

Thiago de Mello


A POESIA DE THIAGO DE MELLO


O FULGOR DO SONHO


De tudo o que já me deu
agradeço à vida o sonho
da rosa que não ganhei.

Minha mão não alcançou
a estrela que desejei.
Seu fulgor o sonho inventa,
invisível no meu peito.

O navio embandeirado
que espero desde criança
está custando a chegar.

Não faz mal, canta o meu sonho,
nas águas que ele navega

Sabem a sal de esperança.
Nada perdi... como posso
perder o que nunca tive?

Vivo a vida do meu sonho,
meu sonho, de sonho vive.

22 março 2009

MAIS UM PENSAMENTO...

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro".

Clarice Lispector


UM PENSAMENTO...


CLARICE LISPECTOR

"Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas."

21 março 2009

MEUS POETAS DO CORAÇAO - Fernando Pessoa


Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda,
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de frete,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco,
Eu que tenho que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideus!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traído – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

20 março 2009

OUTONO

Muito bom começar o outono nessa praia maravilhosa!
João Fernandes - Búzios - RJ






OUTONO - A elegante estação...

(Outono no hemisfério norte)

As águas de março desabando sobre a cidade, prenunciaram o fim do verão.
O Outono, a estação mais elegante do ano começa hoje... É verdade que não teremos por aqui a beleza das paisagens do hemisfério norte, como a da foto, nem o clima tipico dessa época já que nosso país, em matéria de clima, anda completamente perdido. Mas, de qualquer forma, eu amo o outono, tanto no clima como na vida, aonde vou caminhando serenamente, cumprindo meus passos.
E festejando a chegada da minha estação predileta vou escolher algumas fotos que tirei lá em Massachusetts, no ano passado, para enfeitar este blog com lindas e suaves cores, num ambiente de serenidade.
Mergulhem nas cores do outono, sintam o farfalhar das folhas sob seus pés ao caminhar, encantem-se com o manso cair dessas mesmas folhas, apreciando a beleza de um tempo precioso. único... Um passeio virtual, um encantamento diante da vida.

19 março 2009

As flores...Os jardins...



Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma.
Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles.

Rubem Alves
(Foto heli)

A LINGUAGEM DAS FLORES


Não imagino que haja uma única mulher no mundo que não se sensibilize com uma flor, que não se emocione ao receber uma flor. Flores são mensageiras, por si só, de sentimentos, denunciam sonhos e paixões secretas. Como? Ora, elas tem lá sua linguagem.
Eu era ainda bem jovem quando comecei a aprender ouvindo conversas de minha irmã com minha prima sobre essa linguagem e seu significado. Ao oferecer flores a uma mulher – era absolutamente proibido pensar em dar flores, fossem quais fossem, para um homem – então, ao se oferecer flores a uma dama, a uma jovem, sempre se tinha o cuidado de escolher cuidadosamente não só a espécie, mas também a cor. Só um homem apaixonado ofereceria rosas vermelhas. E nunca a uma jovem. As jovens receberiam as cor-de–rosa ou as brancas, símbolos de delicadeza e pureza, respectivamente. E esse não era um costume surgido naquela época, absolutamente.
Conta-se que na Turquia do Século XVIII usavam-se flores como códigos para mensagens, o chamado Código do Turcos. Na França de 1800 havia um código também, que ficou conhecido como La Langage des fleurs. E a Inglaterra Vitoriana teve também seu código, amplamente respeitado e usado, um pouco mais complexo, porem, porque a forma como se ofertava ou recebia uma flor demonstrava sentimentos e significava respostas, por exemplo, uma rosa vermelha, já aberta, era demonstração de admiração pela beleza feminina, já um botão fechado, com espinhos, queria dizer que o pretendente temia, mas nutria esperança. Se a dama ao receber o botão o virasse recatadamente, para baixo, significava que não precisava temer, mas também não deveria ter esperança, quer dizer, um solene “não”.... rs... Se o colocasse nos cabelos, estaria pedindo cuidado, cautela, mas se o pusesse sobre o coração... ah! suprema glória (rs) o amor era correspondido...

E assim, através dos tempos essa linguagem veio sendo usada, em formas um tanto diferentes, mas sempre com um significado mais ou menos semelhante. Hoje, entretanto, parece que essa linguagem caiu em desuso. Então, quando uma linda e famosa musica da MPB afirma que as rosas não falam, vê-se ai um engano. Elas falam sim, através de suas cores elas são mensageiras doces e delicadas de sentimentos, elas falam de paixões, de desencantos. Quando jovem, sabíamos que a rosa vermelha era paixão, a cor-de-rosa, delicadeza, a branca pureza, a amarela desespero, Não havia, então, muitas outras tonalidades de rosas, mas essas bastavam para os objetivos pretendidos pelos enamorados. E com a mudança dos tempos, foi sendo permitido aos homens receberem flores também, sem um maior constrangimento e os cravos foram os primeiros a ganharem essa honra,
Achei num livro uma lista de flores “falantes” e, como mera curiosidade coloco abaixo as mais conhecidas, e na próxima vez que você for oferecer flores para a pessoa amada, lembre-se de usar essa linguagem linda e perfumada como reforço suas palavras.

Amarílis - Orgulho
Camélia - Perfeição
Cravo - Ai, meu pobre coração!
Crisântemo - Estou apaixonado
Margarida - Inocência
Miosótis - Amor verdadeiro
Gerânio - Tristeza
Madressilva - Meiguice
Jacinto - Mágoa
Íris - Mensagem
Jasmim - Graça e elegância
Alfazema - Desconfiança
Lírio - Pureza
Narciso - Vaidade
Orquídea - Beleza
Amor-perfeito - Pensamentos
Peônia - Vergonha e timidez
Rosa vermelha - Amor, paixão
Rosa cor-de-rosa - delicadeza
Rosa branca - Pureza
Girassol - Altivez
Tulipa - Declaração de amor
Violeta - Modéstia

Dulce

18 março 2009

CARTAS DE AMOR



Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel.
Rubem Alves
foto ney.

SOLIDARIEDADE


As vezes, a gente só precisa de uma mãozinha.

CURIOSIDADE


FOTOS ANTIGAS


Adoro fotos antigas. Aquelas em branco e preto, as amareladas pelo tempo, as que guardam em si preciosos momentos lá de um passado distante. Ando organizando meu álbum do antigamente, digitalizando fotos de família, deixadas por minha mãe, algumas já tiradas por mim, fotos que registram trajetórias, sagas, vidas.

A mais antiga de todas, a que sempre me comove, é a que ilustra este post. Foto tirada no ano de 1929, mostra meus avós paternos, minha bisavó (mãe de meu avô), meu pai ainda quase um menino, envergando uniforme da Guarda Civil de São Paulo, corporação que ele orgulhosamente serviu até se aposentar, meus tios e tias... Foto mais linda!

E como essa, mas não tão antigas, muitas outras que andam me comovendo, que vêm despertando saudades e lembranças de pessoas lindas que tornaram minha vida muito mais bonita, que me ensinaram tanta coisa, que me mostraram caminhos, que me amaram e a quem eu amo até hoje. Aqui meu pai com minha mãe, ali meu irmão, naquela outra minha irmã... Nesta minha amiga está tão sorridente... Ah, lembro-me do dia em que esta outra foi tirada, numa festa em família, dia incrível, família incrível, que nem as vicissitudes da vida conseguiam abater, que iam em frente, sempre procurando o melhor para todos... Cada foto uma história, cada história uma saudade, cada saudade um agradecimento a Deus e a vida por ter nascido nessa família...


Dulce



A solidão amiga

Rubem Alves


A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão...

Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.

Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, “parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis“. A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: “Como se comporta a Sua Solidão?“ Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.

Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.“ Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.

Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim:

“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.!“

Texto completo em:

http://www.rubemalves.com.br/asolidaoamiga.htm

O pensamento...

"Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo. A última coisa que se pode sentir diante da 'eterna novidade do mundo' é tédio. O pensamento é uma criança que explora essa caixa de brinquedos chamada mundo. Pensar é brincar com os pensamentos." (Rubem Alves)

17 março 2009

Olá Dulce.

Que bom que você chegou no blog com disposição para agitar tudo. Seja bem vinda! Não se preocupe com temas. A vida é mais importante.

ÁRVORES





















Clique sobre a imagem para ampliá-la (foto ney). Belo texto do J.G. de Araujo Jorge.
Para os que não me conhecem, aí está uma foto junto com a minha filha Elaine.

PEDINDO LICENÇA PARA ENTRAR


Bem, aqui estou eu ocupando um cantinho deste cantinho que pertence ao Ney, à Heli e ao Jardeco. É muito bom estar com vocês aqui no Chega-Junto, um blog que sempre admirei, e espero não destoar muito da linha deste espaço, já que não entendo de economia, não tenho a menor competência para discutir os melhores métodos para a educação no país, não gosto de discutir política. Tenho minhas opiniões, claro, minhas convicções, faço valer meu voto, sou atenta, participante, respeito a opinião das pessoas, enfim, acompanho o movimento poltico-econômico do país com interesse. Só prefiro não discutir, talvez por ver discussões demais e soluções de menos...

Aí vocês perguntam: mas se você não vai falar sobre política, economia ou educação, o que é vem fazer num blog aonde são exatamente esses três pontos que dão o tom?

Vou falar sobre coisas que conheço um pouco mais, que gosto, que vai dar um arzinho de café da manhã ou chá da tarde ao espaço, uma pausa entre um assunto e outro... Vou falar de poesia, vou fazer prosa, vou mostrar algumas fotos - não sou tão boa quanto o Ney em fotografias, mas sempre tenho algumas que posso mostrar - vou procurar trazer curiosidades, enfim, pretendo montar um cantinho para descontrair, dentro deste cantinho sério, correto, cheio de personalidade.

Mais uma vez agradeço a acolhida e a partir de agora, fazendo parte do time, pretendo ser presença constante no Chega-Junto.


Obrigada, Ney / Obrigad, Heli / Obrigada, Jardeco.


Dulce

Um pouco da minha história de vida!


Minha família é formada por descendentes italianos e quando meus pais se casaram foram morar numa fazenda que pertencia à família do meu pai que era composta por dezesseis irmãos. Nessa época muitos já haviam se casado e foram morar no que nós chamávamos, de cidade.Esses tios contribuíram e muito na minha formação e na dos meus cinco irmãos, tanto que meu irmão mais velho fez faculdade de medicina em Campos, Estado do Rio, minha irmã fez Faculdade de Educação Física, o terceiro deles cursou Veterinária e eu me formei em Pedagogia.Foram tempos difíceis para todos nós que tivemos que estudar nas Escolas chamadas de isoladas, onde a mesma professora ministrava aulas para todas as séries ao mesmo tempo.Lembro-me da minha primeira professora que se chamava Antonia e da qual tenho somente boas lembranças não só da escola, mas também dos lanches deliciosos que fazia em sua casa, pois ela sabia que eu morava longe da escola e poderia estar com fome.Lembro-me do café com leite que era oferecido com carinho e do pão com manteiga e dos biscoitos feitos em casa pelas suas próprias mãos.A casa onde morávamos não tinha luz elétrica e a luz que tínhamos era de lampiões a querosene ou liquinhos a gás, só tempos depois é que tínhamos um gerador de energia próprio.A eletrificação rural demorou para chegar até as nossas terras, mas quando chegou mudou toda a nossa vida, pois antes tínhamos que passar roupas com ferro de brasas e as roupas eram engomadas e tinham que ficar muito bem passadas.

Depois de algum tempo morando na casa da minha avó paterna, meus pais adquiriram novas terras e meu avo materno, que era carpinteiro de profissão, construiu a casa onde morei até meu casamento.

Tudo era muito difícil para estudarmos porque as escolas que ofereciam o curso colegial ficavam muito longe e tínhamos que andar a pé ou de bicicleta por vários quilômetros para chegar à escola. Minha mãe herdou das tradições italianas a severidade e nos obrigava a estudar a todo custo e graças a sua determinação, nunca desistimos dos estudos.

Apesar das dificuldades, tive uma infância muito feliz, sempre ouvindo histórias dos antepassados e também os contos de fadas e histórias infantis eram sempre contadas por minha mãe junto ao fogão de lenha que servia como aquecedor nos dias mais frios de inverno.

As frutas eram colhidas diretamente nos pomares, onde havia diversos tipos de frutas , cada uma na sua devida estação.

A Casa Velha, como a denominamos era enorme, tinha um sótão-como o chamávamos na época- e servia como lugar de diversão para os da casa e para os primos que todos os anos enchiam a casa em tempos de férias escolares.Esse era o melhor tempo, pois as brincadeiras que eram vivenciadas nas escolas eram repassadas para nós de uma maneira agradável.Todos os períodos de férias escolares eram esperados com ansiedade e mesmo no mês de julho, onde o inverno era rigoroso, esses primos estavam sempre presentes e adoravam as polentas que minha mãe fazia em panelas de ferro, próprias para que ficasse bem cozida e com um sabor inigualável.Com toda família de tradição italiana, o queijo feito em casa, acompanha a s refeições e eram apreciados por todos

Quando eu tinha aproximadamente dez anos, passamos por uma situação muito difícil, quando um dos meus irmãos mais novos teve paralisia infantil e eu tive que assumir todos os compromissos da casa.Minha mãe ficou com esse irmão durante três meses no hospital e as responsabilidades com o último dos irmãos que estava com apenas nove meses de idade ficou por minha conta também.Neste período eu estava cursando a quarta série e faltei aulas para cuidar da casa mas consegui passar de ano através de provas feitas pela Dona Antonia.Sempre achei que ela foi generosa comigo e que essa passagem de ano teve uma ajudinha extra, mas valeu a pena, pois no ano seguinte fiz exame de admissão para ir para a quinta série e consegui passar.

Tem muitas coisas para contar, mas esse texto já ficou enorme e vou parando por aqui.

A SAGA DE CLEBER E BERNADETH NUNES


A SAGA DE CLEBER E BERNADETH NUNES

Quem está abandonando intelectualmente as crianças?
Pais que as educam em casa ou o Estado que não oferece segurança nem ensino de qualidade?

RedeTV: Pais são perseguidos por educarem seus filhos em casa
No YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=01TjpmuYcQo&eurl=http://escolaemcasa.blogspot.com/

Mulheres Indígenas no contexto sócio educacional brasileiro



Aconteceu no dia 09/03/2009 no auditório Horácio Macedo na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) pela ocasião das comemorações do Dia da Mulher, o evento “Mulheres Indígenas no contexto sócio educacional brasileiro”, apoiado pelo Centro de Estudos Afrânio Coutinho/Faculdade de Letras.

Organizado pela UFRJ e a Rede GRUMIN de Mulheres Indígenas os participantes discutiram sobre a inserção da mulher indígena no mercado de trabalho, sobre saúde e educação; sobre a violência e o preconceito sofrido ainda hoje; trouxeram suas próprias experiências e seus exemplos de conquista.

O evento aconteceu somente para indígenas do Rio de Janeiro, como as guaranis da Aldeia de Paratimirim e de Camboinhas, indígenas da ocupação do antigo Museu do Índio e indígenas que vivem na cidade, entre outros indígenas, como uma prévia da Quarta Mesa de Trabalho Rumo ao Fórum Nacional da Mulher Indígena para novembro de 2009. Essa Mesa de Trabalho acontecerá no início de maio com a participação de indígenas de outros Estados e três indígenas internacionais.

Envolvidos com o tema e com o apoio e presenças dos homens indígenas, Cristino Wapixana do Nearin (Núcleo de escritores e artistas indígenas) do INBRAPI (Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual) homenageia as mulheres com trechos de seu poema e sua flauta:

“Mulher morena, amarela, vermelha, parda, branca pele, peso leve. É brisa branda, ventania, belas formas, linda lua, soberana estrela nua!”.
...

Release escrito por ELIANE POTIGUARA*

* Escritora, professora e ativista indígena coordenadora do GRUMIN e Diretora do INBRAPI

A FRASE DO ANO

... embora de 1867


"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens
caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se
torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que
terão que ser nacionalizados pelo Estado".

Karl Marx, in Das Kapital, 1867.

16 março 2009

BEM-VINDA

Dulce,
Bem-vinda ao chega junto, ficamos felizes com sua presença.
ney/

Boas vindas!

Dulce.

Seja bem vinda!
Pode ficar bem à vontade aqui no nosso cantinho.
beijos
Heli

A vida

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira.
..
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo,
pois a única falta que terá,
será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'
Mário Quintana

13 março 2009

A lição do bambu chinês

Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada,

Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu,

Mas, uma maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical
e horizontalmente pela terra está sendo construída.

Um escritor americano escreveu:

“Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês”:
você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento,e, às vezes não vê nada por semanas, meses, ou anos.
Mas, se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará, e, com ele, virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava...

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos, de nossos sonhos... especialmente no nosso trabalho,
(que é sempre um grande projeto em nossas vidas)

É que devemos lembrar do bambu chinês, para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

Tenha sempre dois hábitos:

Persistência e Paciência, pois você merece alcançar todos os sonhos!!!

É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo,
muita flexibilidade para se curvar ao chão.