16 junho 2009

A poesia de Manoel Bandeira na sua tarde

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

– Eu faço versos como quem morre.

2 comentários:

heli disse...

Lindos versos Dulce!
Tristes, mas muito envolventes.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Heli,

você já repaou que há sempre beleza quando a poesia é triste? É porque é escrita com a alma, com os sentimentos que oprimem o poeta...
bja.