18 abril 2009

OLHOS FECHADOS e FURTIVO



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OLHOS FECHADOS
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Vejo-a de olhos fechados. Vem sozinha.
Sua veste é uma nuvem que a transporta.
Sou eu que a invento, é uma ilusão só minha.

Sei que ela não existe. Não importa.
Abrindo os braços, pra mim caminha,
Visão antiga que eu julgava morta.

O espírito ama a irrealidade. De onde
Surge a imagem abstrata que se esconde
Em mim? eu tembém eu, vendo-a, tranponho.

A realidade que quer ser sublime
E inventa um nulo amor que só se exprime
No meu recôndito, invísivel sonho. Dante Milano.
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FURTIVO

Passeando num jadim inexistente
Encontrarás uma mulher ausente...

Segue-a. Fala-lhe. Espera que ela te olhe,
Beija-lhe a mão antes que se desfolhe,

Depois, no ouvido, dize-lhe o que sentes,
Expressa-lhe, em palavras balbuciantes,

Com voz arfante e comoção sincera
A paixão que te faz tremer os dentes... Dante Milano

2 comentários:

heli disse...

Ney.

Mais um poema de Dante Milano sobre o amor.



O amor de agora é o mesmo amor de outrora


O amor de agora é o mesmo amor de outrora
Em que concentro o espírito abstraído,
Um sentimento que não tem sentido,
Uma parte de mim que se evapora.
Amor que me alimenta e me devora,
E este pressentimento indefinido
Que me causa a impressão de andar perdido
Em busca de outrem pela vida afora.
Assim percorro uma existência incerta
Como quem sonha, noutro mundo acorda,
E em sua treva um ser de luz desperta.
E sinto, como o céu visto do inferno,
Na vida que contenho mas transborda,
Qualquer coisa de agora mas de eterno.

ney disse...

Pois é, um grande poeta, da turma de grandes mestres de uma época de muita poesia, muitos premios, lindos textos. ney/