20 agosto 2009

Ao cair da tarde, poesia...

Cecília Meireles

Aqui está minha vida - esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança - este mar solitário,
que de um lado era amor e do outro, esquecimento.

4 comentários:

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Dulce, amiga!

Como faz para descobrir tanta poesia linda que toca fundo, bem fundo???

Hoje estragaram o meu dia, mas ao ler este poema, apesar de me deixar a pensar no que sou e como vivo...sinto-me mais acompanhada, percebe, tenho a certeza.

Beijos.

UBIRAJARA COSTA JR disse...



Essa é, creio eu, a missão maior do poeta, falar por nós, simples mortais que nem sempre sabemos, ou podemos expressar o que nos toca, o que nos eleva, o que nos angustia, enfim, o que sentimos.
Hoje, Cecilia faz-lhe companhia, amanhã poderá ajudá-la a rir ou a chorar, falará de sua saudade, de seu amor possivel ou impossivel... Eu busco sempre nos poeatas de meu coração a companhia para o meu momento e costumo usar suas vozes para falarem por mim, quando deveria calar...
Espero que já esteja bem.
beijinhos

O Profeta disse...

Não me queres dizer onde mora o teu sorriso
Ausente do incontido abraço
Ausente das palavras felizes
Envolto em nuvem escura no espaço

Não me queres dizer o rumo
Que leva ao teu terno coração
Não me queres abrir as portas
Da cor vibrante da paixão?



Bom fim de semana



Abraço

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Profeta

Obrigada pela presença e pelos lindos versos.

Bom fim de semana para você também.