04 janeiro 2007

Chuva, chuvas...

Chove.

Aqui chove muito, há dias o Sol não aparece e "permanece", parece ter ido dar umas voltas com a Lua, devem estar a namorar.
A chuva cai, mas e aí?

Aí também CHOVE??!!!


... "chove bala" nos bairros do Rio de Janeiro...
São tiros de artilharia pesada e lembram uma guerra "digna" dos países beligerantes, já que o nosso é um recanto paisagístico que, no curso desse novo ano de 2007, será sede do PAN.

... nos idos de 60/70...o comportamento geral dos cidadãos poderia ser definido como a instituição da paranóia generalizada. ...

...não sabíamos, exatamente, qual a origem de determinadas situações de insegurança social, se devido às forças do governo ou aos resistentes ao regime, pois as estratégias eram parecidas. À tortura se respondia com seqüestro; à morte se respondiam com mais mortes; à organização da militância política armada com bombas, gás lacrimogêneo e cassetete. Às bombas e gases se respondia com roubo a bancos e lavagem cerebral. Às decisões do Executivo se respondia com mais resistência; à censura e repressão, com música, cinema e clandestinidade.

Falavam-se, nos idos, de terroristas, em razão da motivação política da luta da esquerda.

Hoje, o termo esquerdo nem sempre quer dizer resistência e divergência, e o termo direita nem sempre soa estranho e temível. Terrorismo pode ser sinônimo de luta por pontos de tráfico, tanto quanto pode ser sinônimo de vigilância e controle social por parte da polícia, já que os moradores das comunidades de baixa renda, tem mais aversão ao policial do que ao bandido com quem são obrigados a conviver.

No meio dessa orgia de valores e idéias, oito pessoas foram queimadas vivas porque se atreveram a cruzar os limites entre os Estados do Espírito Santo e São Paulo. Amarga e quase teológica travessia para eles, seus familiares, amigos e para todo o país. O que está acontecendo?

Não se sabe ao certo se por causa do PAN, que é a "menina dos olhos" da Prefeitura e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, ou se pela causa primeira de resguardar a integridade dos cidadãos cariocas, o certo é que a intervenção federal evitada a duras penas pela ex-governadora tornou-se, no dia de hoje, a realidade aguardada pela esquerda (?) carioca.

Nesse ínterim, dois estudantes, ao que tudo indica, resolveram brincar dentro de um ônibus e, vindos de uma festa e indo para outra, anunciaram que poriam fogo no ônibus! Lamentáveis “coincidências” encontraram-se diante de um "segurança" contratado pela empresa, que desferiu, atirando primeiro para perguntar depois (moral militar de Guerra), vários tiros, matando, ao mesmo tempo, os dois brincalhões e a esperança do futuro de cada um dos cidadãos deste país. Não se sabe do (a) "segurança"...

Mata-se, na verdade, toda e qualquer manifestação ideológica. Não se pode pensar, especialmente quando se pensa criticamente, pois não foi outra a questão: os dois festivos jovens criticavam a situação paranóide que foi implantada no Estado, quando encontraram a realidade paranóica dos cidadãos. Novamente, à morte pelo fogo se responde com mais morte e mais fogo.

O medo é um valor, não só um sentimento de realidade. O medo é mote de uma série de situações que geram lucro, como o PAN, o tráfico, as guerras. É preciso ter medo, a mensagem é clara.

Não se duvida da beleza, da lição de vida que nos trazem os jovens que se esforçam e dedicam suas vidas, seus corpos, seu tempo, enfim, que se devotam aos esportes. Muito menos se critica os nossos administradores pelo cuidado com a realidade social e econômica, que, afinal, é sua incumbência. Duvida-se da relação direta entre o PAN e o endurecimento da situação no Estado. Há mais nessa guerra do que supõem nossas notícias diárias.

"Lendo Malinowski entende-se que o vigor da cultura é precisamente a Liberdade. Sem liberdade não se instrumentalizam as condições que nos retiram da submissão ao acaso."

Quando nos falta Liberdade abre-se a brecha do terrorismo, que não é outra coisa além da paralisação das populações diante do caos do entendimento, e da impossibilidade, traumática, de reagir à violência imposta, em condições de igualdade.

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