30 maio 2009

Era uma rua tão antiga... MARIO QUINTANA

Todos nós temos em nossas lembranças uma "rua antiga", a de nossa infância, de nossa juventude, aquela que acolheu nosso despertar para a vida, nossos primeiros sonhos. E Quintana não fugiu a regra.


Era uma rua tão antiga, tão distante
que ainda tinha crepúsculos, a desgraçada...
Acheguei-me a ela com este velho coração palpitante
de quem tornasse a ver uma primeira namorada

em todo o seu feitiço do primeiro instante.
E a noite, sobre a rua, era toda estrelada...
Havia, aqui e ali, cadeiras na calçada...
E o quanto me lembrei, então, de um amigo constante,

dos que, na pressa de hoje, nem se usam mais
como essas velhas ruas que parecem irreais
e a gente, ao vê-las, diz: “Meu Deus, mas isto é um sonho!”

Sonhos nossos? Não tanto, ao que suponho...
São os mortos, os nossos pobres mortos que, saudosamente,
estão sonhando o mundo para a gente!

3 comentários:

ney disse...

Belo texto. E temos mesmo essas nossas ruas antigas, vivo a passar por elas, algumas ficaram bem diferentes, outras nem tanto, mas nossa imaginação, ou memória emocional, conseguem enxergá-las do jeito que as vivemos. Nas mais distantes voltei e fotografei, não querendo valorizar só o passado, mas lembrando com saudade todos os bons momentos dessa vida.
Ah, e existem aquelas ruas que quando vemos encontramos muitas identidades, parece que já estivemos ali, talves em sonhos,ou em outras vidas, como alguns acreditam. E explicam outros que velocidades diferentes entre consciente e subconsciente, ou emoções intensas e significativas, possam criar essas relações e impressões.
Nunca temos todas as respostas, talvez seja esse o grande sentido da vida... viver, buscar e crescer nessa passagem, e assim nos tornarmos eternos. ney/

ney disse...

Talvez ao invés de talves, perdoem esse e outros erros no comentário anterior. Foi só um comentário, apesar de ENORME (rs). E no lap top da neta (meu computador foi para o conserto), também estranho o teclado. ney/

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Ney

As ruas antigas ficam na memória, viram referências, ponto de encontro no tempo, motivo para sonhar com ruas mais tranquilas do que as que temos hoje. E ficam para sempre no coração.