01 julho 2007

TRANSFORMAÇÕES

DEPOIS DE LONGO SILÊNCIO AQUI NO BLOG VAMOS FALAR:

Pois é, Heli, tudo está ficando mais difícil de se definir, a sociedade está se dando conta que é responsável, consciente ou inconscientemente, por tudo que estamos vivendo. Assim como o CEP distingue um criminoso do outro, os seus motivos, as suas sentenças, é a sociedade em todas as suas classes, que alimenta a corrupcão, a droga, a falta de ética, de valores, a exclusão social, e cria todo um ambiente propício a esse estado de coisas onde ela se sente insegura. E numa dimensão maior ainda, ela aceita que o "MERCADO" seja o todo poderoso dono de nossas vidas, de nossas vontades, corações e mentes, o TER sobrepondo o SER, em detrimento do que temos de mais sagrado, nossa vida e sobrevivência, que é a NATUREZA, e essa será bem mais impiedosa que o mercado na hora do acerto de contas.
Também no campo da alma, da inteligência emocional, da razão, da religião, do amor, das relações, estamos precisando encontrar soluções que nos permitam viver com mais sabedoria, alegria, respeito ao próximo, à natureza, rompendo com padrões, transgredindo preceitos, revendo conceitos, de modo que possamos descobrir nossas verdades, nossas identidades, individualidades e singularidades, tendo plena consciências de nossas limitações, e sem preconceitos, falsas ideologias, hipócritas moralidades, nos descobrirmos mais integrados, coerentes e humanos.
Esta semana esteve aqui em Niterói a peça teatral a "ALMA IMORAL", monólogo da atriz Clarice Niskier, baseado no livro do mesmo nome, de um autor que está criando uma nova consciência e grande polêmica com suas colocações e constatações. VEJAMOS:

O novo livro de Nilton Bonder, A alma imoral, mostra que, num mundo de interdisciplinaridade, religião e biologia, tradição e sobrevivência, continuidade e mutação não são áreas desconexas. Mas do que tudo, num mundo que redescobre o corpo, faz necessária uma nova linguagem para descrever a natureza humana. Os milenares conceitos de corpo e alma, propõe Bonder, são o primeiro registro de uma proposta biológica - de estudo da vida e de suas leis.
Num texto que provoca a comparação entre preservação e evolução com tradição e traição, A alma imoral aponta para um paraíso onde os únicos mandamentos eram "multiplicar-se" e lidar com a questão da "transgressão". A consciência humana é formada desta descoberta fantástica de que nossa tarefa não é apenas a procriação, mas, nas condições certas e na medida certa, transcender a nós mesmos. Esta traição para nós mesmos, que é vital para a continuidade da espécie, gera o conceito de alma.
Para Bonder, a alma é o elemento do próprio corpo que está comprometida com alternativas fora deste corpo. E, enquanto o corpo forja a moral para garantir sua preservação através da procriação, a alma engendra transgressões. Esta alma que questiona a moral, assumindo-se muitas vezes imoral, é apresentada através de incontáveis transgressões em textos e conceitos antigos.
Um livro de profundo impacto na reflexão sobre o certo e o errado, a obediência e a desobediência, as fidelidades e as traições. Um convite a conhecer as profundas conexões entre o traidor e o traído, entre a marginalidade e a santidade, entre a alma e o corpo.
Sobre o autor
Nilton Bonder é rabino com função de líder espiritual da Congregação Judaica do Brasil. É graduado em engenharia mecânica pela Universidade de Columbia e doutor em literatura hebraica pelo Jewish Theological Seminary.
Reconhecido internacionalmente, seus livros já foram lançados nos Estados Unidos e Europa com grande sucesso. A cabala da comida, A cabala do dinheiro, O segredo judaico de resolução de problemas estão entre seus títulos mais vendidos. Seu livro anterior, Portais secretos, foi lançado pela Rocco em 1996. A alma imoral é seu décimo primeiro livro.
Através das questões do bolso, A cabala do dinheiro apresenta uma visão ecológica que não se baseia na Natureza, mas no Mercado. Expõe, assim, a conflitante luta humana pela preservação da Natureza, quando todo esforço cultural e civilizatório se faz contra a Natureza e a favor do Mercado. Nilton Bonder sintetiza a visão que tinham os rabinos, segundo qual a Natureza é bem mais violenta e cruel que o Mercado.
E até a internet:
"Portais Secretos - Acessos Arcaicos à Internet"Ed. Rocco
Quem poderia imaginar que a concepção do Microsoft Windows estaria conectada com os princípios dos profetas do Antigo Testamento? Nilton Bonder. Este rabino moderno, gaúcho jovem e erudito, conseguiu associar a estrutura da cibernética aos fundamentos da filosofia arcaica do judaísmo. Ele descobriu, por exemplo, que a primeira definição de rede – a Net original – está na Ética dos Ancestrais, livro que é parte da Mishná, do século 2 a.C.: "A rede está aberta sobre tudo o que é vivo."Já naquele tempo, portanto, os judeus enxergavam longe, a milênios de distância, através de "janelas", ou seja, "windows". "As janelas, ao contrário das portas, não nos levam a outro lugar, mas nos deixam ver", explica Bonder, rabino da Congregação Judaica do Brasil, na Barra da Tijuca, no Rio. Ele usou então as janelas do Windows 95 como uma metáfora na qual se debruça para ver a filosofia dos profetas bíblicos, os quais não trabalhavam na dimensão do tempo ou do espaço, mas com a idéia da realidade virtual. Permitiam-se o "acesso" – um conceito que, aliás, está em Gênesis, enquanto que o Talmud seria a primeira página interativa da humanidade.Internet x espiritualidade – essa insólita articulação foi possível com a formação erudita de quem estudou Filosofia, Antropologia, História, Psicologia, Línguas Clássicas, Hebraico e Aramaico no Jewish Theological Seminary, filiado à Universidade de Columbia, em Nova York. Lá, Bonder ordenou-se rabino, no final dos anos 80. A técnica de aliar os preceitos bíblicos às questões populares o transformou em best-seller de quase dez títulos, que totalizam mais de 500 mil exemplares vendidos no Brasil, uma marca invejável.

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