23 fevereiro 2007

QUESTIONANDO AQUI...

Recebi o texto abaixo e achei legal, mas no final faço alguns comentários a respeito:

Talvez você já tenha se feito esta pergunta: “o que realmente importa em sua vida? Quem realmente importa?”. Sei que este parece ser um questionamento muito simples, mas quando mergulhamos profundamente na questão, descobrimos que nem sempre vivemos a partir daquilo que realmente tem importância pra nós!Somos incitados, quase que hipnotizados, diariamente, a engolir verdades que não são nossas, regras impostas por quem não sabe nada sobre nosso coração, leis inventadas sem levar em conta delicadezas como um coração, uma alma, um sentimento. Apenas determinações na tentativa de nos manipular, de nos julgar, de nos imprimir rótulos que nada dizem sobre nossas dores nem tampouco sobre nossos amores.

E assim vamos nos esquecendo do que realmente importa! Noções sobre “certo” e “errado” ou “bom” e “ruim” ganham cunhos políticos. E daí para a demagogia, a hipocrisia e o ridículo, a distância é praticamente nenhuma! Mas a gente aceita e até se esforça, quase nos sentindo culpados se não o fizermos, para digerir essas medidas engessadas e, tantas vezes, estúpidas.Nem notamos mais a sutil diferença entre o raso e o profundo, o divino e o insano, o belo e o patético.

Outro dia, passeando pelo trânsito, aproximou-se da janela do carro onde eu estava um rapaz fantasiado, com os cabelos arrepiados, cantarolando sem parar e dançando entre os corredores. Entregava panfletos. Trabalhava pelo seu pão de cada dia. Impossível não achar graça de sua absoluta espontaneidade diante de um cenário aparentemente fora do normal...E pensei num instante: como é linda a loucura que a alegria de viver nos provoca... E vivam os loucos de amor, estejam onde estiverem, façam o que fizerem!

Pois é isso que desejo a mim e a você neste tempo de recomeçar, de refazer os planos, de relembrar os sonhos, de reabrir os caminhos tortos desta busca sagrada: a loucura da alegria de viver... pautada naquilo que realmente tem importância.Porque mais do que obedecer às regras e leis, mais do que se encaixar nos conceitos que definem extremismos vazios, mais do que seguir o fluxo feito bicho que nada pode fazer para escapar de seu destino sórdido, desejo que eu e você tenhamos apenas uma linha de conduta: a de atos inspirados nos bons sentimentos; e apenas um tipo de caráter: aquele comprometido em fazer o bem (considerando sempre nossa sublime imperfeição)!E isso, em minha opinião, nada tem a ver com pertencimento a esta ou aquela conceituação. Religião, cor, opção sexual, sexo, classe social, aparência física, nacionalidade, profissão ou simbologia adotada são escolhas ou contingências pessoais, mas não revelam a grandeza de um espírito. É a sua conduta aliada ao seu caráter que o faz digno de um amor merecido.

MEU COMENTÁRIO:

Realmente aqui diz coisas importantes para o nosso crescimento e acho que devemos mesmo buscar o máximo de nossas verdades, conquistar nossos sonhos e ser o mais feliz possível, no sentido de sermos mais integrados, coerentes e humanos.
Mas, por outro lado, também é verdade que desde o nascimento estamos ligados a alguém, que nos dá a vida, nos alimenta, educa, ama, e assim nos tornamos um ser familiar, social, cidadão, do mundo e, inevitavelmente, vamos criar laços com todo esse contexto, vamos interagir com ele, nos dar e receber. Portanto, nossas individualidades sofrerão todas essas influências e seremos parte desse universo, e vamos sempre nos descobrir dentro dele.
Lembro que nos anos 60 muitos grupos não-conformistas romperam com a sociedade tradicional, e se entendiam como transviados, hippies, marginalizados. Mas essa marginalidade é relativa a própria sociedade da qual eles se sentem à margem. Assim, sua atitude de contestação só tem sentido no contexto da sociedade, e só é válida porque ele a considera, vive em razão dela, faz parte dela.
Mas como disse, o texto é válido para nossa reflexão, e absolutamente correto quandi diz: "... que tenhamos apenas uma linha de conduta: a de atos inspirados nos bons sentimentos; e apenas um tipo de caráter: aquele comprometido em fazer o bem".

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