Espaço disponível para que todos possam "chegar junto" com textos, fotos, artigos, links...
27 fevereiro 2010
BONDE DA VIDA
Nos tempos dos bondes e lotações, jogávamos bola na rua, o famoso “racha”. Os gols (balizas), ficavam entre um poste, ou árvore, e o muro de uma casa, cada gol em calçadas opostas. Passava um carro ou outro, geralmente táxi. Eram aqueles automóveis antigos americanos, tão grandes que dava até para dar uma festa dentro deles.
Quando vinha uma pessoa idosa logo um falava: - Pára a bola!
Se a bola caía numa casa, a gente batia palmas no portão: - Moça, posso pegar a bola no seu quintal? Mas isso já em cima do muro, ou já tendo pulado a grade, ou o portão (quando não tinha cachorro). Tinham aqueles que passavam a faca na bola e devolviam a pelota furada, rindo da gente. Desses nem vou falar, eram mesmo ignorados pela vizinhança.
Mas jogávamos também nos inúmeros terrenos baldios, que viravam campos de futebol. Logo inventávamos de chamar de Associação Atlética ou Futebol Clube alguma coisa, às vezes comprávamos até um jogo de camisas, fazendo uma “vaquinha”, cada um dando um tanto.
Para ser titular, jogar no primeiro time, tinha que ter futebol no pé, ou então ser o dono da bola, esse era sempre o primeiro a ser escalado (rs). Não fui daqueles de chamar a bola de Vossa Excelência, tinha até uma certa habilidade e controle, mas não o suficiente para ser titular absoluto, ficava MUITAS vezes na reserva, ou na reserva do reserva, ou jogava no segundo time, talvez no terceiro...
O outro dia eu estava falando com ELE, em pensamento, num papo informal, dizendo que como bom brasileiro gostaria de ter tido um pouquinho mais de bola e samba no pé. Não estava reclamando não, só trocando uma idéia. Puxa! Chegar aqui já foi bastante, e ainda conquistei um espaço digno.
O bonde da vida passa rápido, troquei a pista e o campo pela arquibancada, o samba e a bola pelo chinelo no pé, mas com ânimo vou seguindo essa viagem com a mesma alegria. Ah! Se o bloco passar, tiro o chinelo e caio na folia. (ney)
TRIATHLON EM NITERÓI NESTE FIM DE SEMANA (clique aqui)
26 fevereiro 2010
NEOLOGISMO
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
Petrópolis 25/2/1947
Manuel Bandeira
25 fevereiro 2010
POR DO SOL
CHUVA
foto ney (aqui da janela).
Ah! Eu nem acredito. Depois de tanto sol e calor de 40º, ou bem mais, finalmente um dia fresco, chuva fina.
Nunca pensei que fosse gostar de chuva e frio, mas estava demais o calor. E ainda tem as águas de março.
Alma lavada.
Cheiro de terra molhada
Chuva de verão. (Maria Angélica Shiotsuki)
Essa imagem me faz lembrar a música ESTRADA DO SOL - Dolores Duran/Tom Jobim:
É de manhã, vem o sol mas os pingos da chuva que ontem caiu... Ainda estão a brilhar, ainda estão a bailar ao vento alegre que nos tráz esta canção. (ney)
23 fevereiro 2010
Katarina Witt (clique aqui)
São muitos vídeos de suas notáveis apresentações (youtube). Clique no TÍTULO acima (link).
Jogos olímpicos trazem integração, paz, saúde, alegria para o mundo, prosperidade para as cidades sedes, incentivam os jovens ao esporte. Para o Rio de Janeiro foi bastante positivo sediar o PAN, como serão para o Brasil o Mundial de Futebol e as Olimpíadas. O uso desses recursos não prejudicam a economia, ao contrário, geram empregos e crescimento. O desvio de verbas, a corrupção, esses sim prejudicam a sociedade. (ney).
22 fevereiro 2010
PASSAGEM
Chegamos bem devagar, flutuando em águas calmas e protegidas, durante os 9 meses de viagem nem nos damos conta dos acontecimentos, até que percebemos um clarão, ouvimos sons, e um pouco assustados choramos diante do desconhecido.
Logo aprendemos a andar, nadar, mergulhar, a superar as tempestades e calmarias, a seguir os bons ventos, as correntes favoráveis, aproveitar as melhores ondas.
De início, era um navegar sob comando único, mas os tempos mudaram, toda a tripulação passou a conduzir o barco da vida, evitando adernar, ficar à deriva, muito menos afundar.
Estamos aprendendo a resolver os possíveis motins a bordo com liberdade, sem verdades absolutas.
São tantas aventuras... uma imensidão de terra e mar, montanhas, ilhas, rios, estrelas; os portos seguros que encontramos, a terra firme, o sol a nos acordar, a lua a nos fazer sonhar.
Que possamos seguir em frente buscando os melhores caminhos na grandeza da Criação. (ney)
20 fevereiro 2010
Versos de criança.
Vai já pra dentro estudar!
É sempre essa lengalenga
Quando o que eu quero é brincar...
.
Eu sei que aprendo nos livros,
Eu sei que aprendo no estudo,
Mas o mundo é variado
E eu preciso saber tudo!
.
Há tempo pra conhecer,
Há tempo pra explorar!
Basta os olhos abrir,
E com o ouvido escutar.
.
Aprende-se o tempo todo,
Dentro, fora, pelo avesso,
Começando pelo fim
Terminando no começo!
.
Se eu me fecho lá em casa,
Numa tarde de calor,
Como eu vou ver uma abelha
A catar pólen na flor?
.
Como eu vou saber da chuva
Se eu nunca me molhar?
Como eu vou sentir o sol,
e eu nunca me queimar?
.
Como eu vou saber da terra,
Se eu nunca me sujar?
Como eu vou saber das gentes,
Sem aprender a gostar?
.
Quero ver com os meus olhos,
Quero a vida até o fundo,
Quero ter barros nos pés,
Eu quero aprender o mundo!
.
19 fevereiro 2010
O Amor
Pegadas na areia
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor,
E através do Céu, passavam cenas de minha vida.
Para cada cena que passava, percebi pegadas na areia;
Uma era minha e a outra do Senhor.
Quando a última cena de minha vida passou diante de nós,
olhei para as pegadas na areia,
Notei que muitas vezes no caminho da minha vida
havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis
da minha vida.
Isso aborreceu-me deveras e perguntei então ao Senhor:
- Senhor, Tu me disseste que,
uma vez que eu resolvi Te seguir,
Tu andarias sempre comigo, todo o caminho,
- Mas notei que nos momentos das maiores tribulações do meu viver havia na areia dos caminhos da vida, apenas um par de pegadas.
- Não compreendo...
Porque nas horas em que eu mais necessitava Tu me deixastes?
O Senhor respondeu :
- Meu precioso filho, Eu te amo e jamais te deixaria nas horas da tua prova e do teu sofrimento.
Quando vistes na areia apenas um par de pegadas,
foi exatamente aí que:
EU TE CARREGUEI EM MEUS BRAÇOS!
18 fevereiro 2010
ACEITAR
é o primeiro passo para construir a unidade.
Harmonia entre iguais é tarefa fácil,
entre opostos, um desafio.
Opiniões diferentes podem criar discórdia,
ou enriquecer o produto final,
depende da visão e do nível de altruísmo.
Sustentar a unidade é apreciar o valor do conjunto,
e a singular contribuição de cada um,
permanecendo leal, não apenas uns com os outros,
mas também à meta estabelecida."
Desconheço o autor
17 fevereiro 2010
16 fevereiro 2010
CIDADE FANTASMA II
E o calor está infernal, talvez o dia mais quente do ano... tá feia a coisa.
Quarta-feira de cinzas
foto ney
Toda a terra está envolta nas neblinas e a friagem se difunde pelo espaço...
- longe se ouve, em cadência, passo a passo
o caminhar dos boêmios nas esquinas...
Pela sombra - as estrelas pequeninas
com sono, tem o olhar nevoento e baço...
No silêncio da noite ouço o compasso
do sereno a pingar das serpentinas...
Algum bando tardio passa adiante
- e deixa pela noite uma batida
de samba em agonia - estrebuchante...
Quarta-feira de cinzas já amanhece,
- mais outro carnaval em minha vida,
vida que há muito um carnaval parece!...
J.G. de Araujo Jorge
AMOLADOR DE FACAS, TESOURAS (vídeo aqui)
foto ney - eu amolador (rs).
Uma faca é $10 mil réis, ou 10 cruzeiros, pratas, contos, cruzados, reais. É uma longa história no curso de muitas moedas que tivemos, o amolador com seu carrinho de roda, pedal, correia de couro e esmeril. Para chamar a clientela ele pára em cada esquina, passa uma lâmina de aço no esmeril, tocando hinos de clubes de futebol e outras músicas.
Uma é 10, duas é vinte, promoção de carnaval, vai nessa?
CIDADE FANTASMA
O Rio tem dado muitos sinais de revitalização do carnaval de rua. Tomara que continue assim, porque viajar também está ficando difícil com as estradas cheias. Desde a minha juventude, muitos preferiam atravessar a Baía da Guanabara para brincar no Rio. (ney).
15 fevereiro 2010
CARNAVAL
14 fevereiro 2010
Nós no bloco dos sujos (clicar aqui)
http://fabiomozart.blogspot.com/
13 fevereiro 2010
MINHA BICICLETA FOI NO RITMO DO SAMBA (Clique aqui - vídeo e som)
http://www.blogger.com/video-play.mp4?contentId=7b5d97b50e1e003c&type=video%2Fmp4
CARNAVAL
Quadro Andre, meu filho (clique para ampliá-lo).
Gosto dessa alegria contagiante, desses blocos pelas ruas, samba, batucada, fantasia. Nem preciso de bebidas, vou no embalo, no ritmo, nos sentidos.
Mas veio a idade, as transformações, vamos nos entendendo melhor numa harmonia corpo e alma, a exigir menos corpo, e sem desassossegos grandes (usando as palavras de Fernando Pessoa). Mas está tudo vivo na essência, na incandescência, no amor e no encanto pela vida. (ney).
12 fevereiro 2010
Carnaval 2010
Poderia escrever um texto cheio de rabugice mas não vou. Psicoterapia faz efeito sim!
O Carnaval está aí! Com Globo, engarrafamento, falta d'água e outras mazelas.
Plagiando Adriana Partimpim:
"No carnaval todo mundo pode
Todo mundo pode
Todo mundo pode
pode tudo."
Então vamos brincar o Carnaval com muita alegria. Depois (dele) eu volto. Inteirão, dessa vez, inteirão.
Noite dos Mascarados
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
- Quem é você?
- Adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim:
- Quem é você, diga logo...
- ...que eu quero saber o seu jogo
- ...que eu quero morrer no seu bloco...
- ...que eu quero me arder no seu fogo
- Eu sou seresteiro, poeta e cantor
- O meu tempo inteiro, só zombo do amor
- Eu tenho um pandeiro
- Só quero um violão
- Eu nado em dinheiro
- Não tenho um tostão...Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
- Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
- Eu sou tão menina
- Meu tempo passou
- Eu sou colombina
- Eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer
O que você pedir eu lhe dou
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Marchinhas de Carnaval II
11 fevereiro 2010
Marchinhas de Carnaval I
Composição: by Benedito Lacerda-Humberto Porto
Ó jardineira porque estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Vem jardineira vem meu amor
Não fiques triste que este mundo é todo seu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu
10 fevereiro 2010
CARNAVAL TERIA SUA ORIGEM EM PORTUGAL (Clique aqui)
Carnaval do Rio teria sua origem em Torres Vedras - Portugal, segundo o RJ TV (GLOBO) de hoje. Muitas pesquisas falam dessa origem, inclusive na figura do ZÉ PEREIRA.
Veja no endereço abaixo. Clicando no TÍTULO leva a muitos vídeos do youtube do carnaval de Torres Vedras.
http://5dias.net/2009/02/24/com-o-%C2%ABmagalhaes%C2%BB-nao-se-brinca-a-proposito-do-carnaval-de-torres/09 fevereiro 2010
Podem os educadores mudar a escola?
Temos uma tradição legalista em nossas escolas. Ela se sustenta no modo depensar que chamamos senso comum, isto é, naquilo que as pessoas acreditamsem pensar, naquilo que é repetido sem que se tenha um fundamento real paraacreditar. Fiz uma comparação entre o meu ginásio, o ensino de 1º grau demeus filhos e o Ensino Fundamental que meus netos vão começar a sofrer embreve. Quase não há diferença entre 1950 e 2010: quase todos vão à escola,diminuiu o número de disciplinas, fala-se mais em coisas novas, há reuniões,congressos e “aperfeiçoamento”, mas o currículo, em sua base, segue o mesmo.Se perguntarem às professoras (também aos professores, pois ainda os há,embora poucos, o que constitui outra mudança escolar) quais os conteúdos desua matéria, em qualquer série, elas responderão da mesma forma do Oiapoquao Chuí. É claro que professoras e professores mais lúcidos – são muitos –sabem que isto é uma aberração. Mas são escravos da “legislação”.
Encontro por este Brasil afora muitos grupos de professoras e professoresque pensam. Mas eles e elas são proibidos de pensar, pela pressão docotidiano. E pela prática de muitas outras e muitos outros “educadores” quepreferem ser pilotos de livro didático, passando um amontoado de informaçõesdesligadas da realidade e de que, em geral, todos já ouvimos falar, mas doque não nos lembramos mais a não ser de alguns itens que coincidiram comnossos interesses.
Não, não podemos mais, os educadores, realizar esta revolução que a escola necessita. Embora o Conselho Nacional de Educação e muitos outros organismoseducativos que são “autoridade” digam que as escolas são livres, isto não éverdade. A escola é o campo mais vigiado da prática humana. Ai dela setentar, além da sua prática de transmissão da cultura – e da culturadominante – propor alguma alteração na hierarquia de valores! Ela écontrolada pela lei. Mas, sobretudo, por regulamentos expedidos por órgãosinferiores e pela própria sociedade. Talvez a distribuição gratuita do livrodidático, tão desejada, seja a principal maneira de constranger a escola.Mesmo que a reprovação e a evasão sejam um descalabro, elas são construídaspropositadamente pela escola. Como se manteria a divisão em classes de outra forma?
Só uma ação governamental poderosa pode mudar a escola hoje. Mesmo sabendoque a mudança verdadeira só será possível por uma democratização real dasociedade – incluindo mais igualdade –, hoje pode a autoridade governamentaltransformar o currículo, para que a escola ajude as crianças a assumirem suaprópria identidade, possam munir-se de instrumentos para participar nasociedade, possam assumir um compromisso social e tenham a vivência ligada àtranscendência, pelo menos desenvolvendo a capacidade de ultrapassar seusinteresses mais imediatos.
*Professor, escritor e conferencista
08 fevereiro 2010
07 fevereiro 2010
A Magia de Mário Quintana...
JARDS,
Meu computador esta OK, mas mesmo assim n'ao enviei e-mail, so vou mandar mensagens quando tiver certeza absoluta. N'ao repare a falta de acentos, preciso configurar maquina e teclado na mesma lingua.
Mas ja nos falamos hoje por telefone. FELICIDADES.
06 fevereiro 2010
Segue um texto que recebi do amigo Carlos Moura.
Fábio Reynol - jornalista especializado em ciências e escritor.
Um comerciante decidiu ajudar a combater a "indigência lexical" do país,
mas ao melhor preço do mercado: ouviu dizer que o Brasil sofria de uma
grave falta de palavras. Em um programa de TV, viu uma escritora lamentando
que não se liam livros nesta terra, por isso as palavras estavam em falta na
praça. O mal tinha até nome de batismo, como qualquer doença grande,
"indigência lexical".
Comerciante de tino que era, não perdeu tempo em ter uma idéia
fantástica. Pegou dicionário, mesa e cartolina e saiu ao mercado cavar
espaço entre os camelôs. Entre uma banca de relógios e outra de lingerie
instalou a sua: mesa, o dicionário e a cartolina na qual se lia:
- Histriônico - apenas R$ 0,50.
Demorou quase quatro horas para que o primeiro de mais de cinqüenta curiosos
parasse e perguntasse:
- O que o senhor está vendendo?
- Palavras, meu senhor. A promoção do dia é "histriônico" a cinqüenta
centavos, como diz a placa.
- O senhor não pode vender palavras. Elas não são suas. Palavras são de
todos.
- O senhor sabe o significado de "histriônico"?
- Não.
- Então o senhor não a tem. Não vendo algo que as pessoas já tem ou
coisas de que elas não precisem.
- Mas eu posso pegar essa palavra de graça no dicionário.
- O senhor tem dicionário em casa?
- Não. Mas eu poderia muito bem ir à biblioteca pública e consultar um.
- O senhor estava indo à biblioteca?
- Não. Na verdade, eu estou a caminho do supermercado.
- Então veio ao lugar certo. O senhor está para comprar o feijão e a
alface, pode muito bem levar para casa uma palavra por apenas cinqüenta
centavos de real!
- Eu não vou usar essa palavra. Vou pagar para depois esquecê-la?
- Se o senhor não comer a alface ela acaba apodrecendo na geladeira e terá
de jogá-la fora e o feijão caruncha.
- O que pretende com isto? Vai ficar rico vendendo palavras?
- O senhor conhece Nélida Piñon?
- Não.
- É uma escritora. Esta manhã, ela disse na televisão que o país sofre
com a falta de palavras, pois os livros são muito pouco lidos por aqui.
- E por que o senhor não vende livros?
- Justamente por isso. As pessoas não compram as palavras no atacado,
portanto eu as vendo no varejo.
- E o que as pessoas vão fazer com as palavras? Palavras são palavras,
não enchem a barriga.
- A escritora também disse que cada palavra corresponde a um pensamento.
Se temos poucas palavras, pensamos pouco. Se eu vender uma palavra por dia,
trabalhando duzentos dias por ano, serão duzentos novos pensamentos cem por
cento brasileiros. Isso sem contar os que furtam o meu produto. São como
trombadinhas que saem correndo com os relógios do meu colega aqui do lado.
Olhe aquela senhora com o carrinho de feira dobrando a esquina. Com aquela
carinha de dona-de-casa, ela nunca me enganou. Passou por aqui sorrateira.
Olhou minha placa e deu um sorrisinho maroto se mordendo de curiosidade. Mas
nem parou para perguntar. Eu tenho certeza de que ela tem um dicionário em
casa. Assim que chegar lá, vai abri-lo e me roubar a carga.
Suponho que para cada pessoas que se dispõe a comprar uma palavra, pelo
menos cinco a roubarão. Então eu provocarei mil pensamentos novos em um ano
de trabalho.
- O senhor não acha muita pretensão? Pegar um...
- Jactância.
- Pegar um livro velho...
- Alfarrábio.
- O senhor me interrompe!
- Profaço.
- Está me enrolando ,não é?
- Tergiversando.
- Quanta lenga-lenga...
- Ambages.
- Ambages?
- Pode ser também "evasivas".
- Eu sou mesmo um banana para dar trela para gente como você!
- Pusilânime.
- O senhor é engraçadinho, não?
- Finalmente chegamos: histriônico!
- Adeus.
- Ei! Vai embora sem pagar?
- Tome seus cinqüenta centavos.
- São três reais e cinqüenta.
- Como é?
- Pelas minhas contas, são oito palavras novas que eu acabei de entregar
para o senhor. Só "histriônico" estava na promoção, mas como o senhor se
mostrou interessado, faço todas pelo mesmo preço.
- Mas oito palavras seriam quatro reais, certo?
- É que quem leva ambages ganha uma evasiva, entende?
- Tem troco para cinco?
O amor...Fernando Pessoa
05 fevereiro 2010
A Praça (Clicar aqui)
A Praça
Composição: Carlos Imperial
Hoje eu acordei com saudades de você
Beijei aquela foto que você me ofertou
Sentei naquele banco da pracinha só porque
Foi lá que começou o nosso amor
Senti que os passarinhos todos me reconheceram
E eles entenderam toda a minha solidão
Ficaram tão tristonhos e até emudeceram
E então eu fiz esta canção
A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim
Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim
Beijei aquela arvore tão linda onde eu,
Com o meu canivete um coração desenhei
Escrevi no coração o meu nome junto ao seu
Ser seu grande amor então jurei
O guarda ainda é o mesmo que um dia me pegou
Roubando uma rosa amarela prá você
Ainda tem balanço tem gangorra meu amor
Crianças que não param de correr
A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim
Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim
Aquele bom velhinho pipoqueiro foi quem viu
Quando envergonhado de namoro eu lhe falei
Ainda é o mesmo sorveteiro que assistiu
Ao primeiro beijo que eu lhe dei
A gente vai crescendo, vai crescendo e o tempo passa
Nunca esquece a felicidade que encontrou
Sempre eu vou me lembrar do nosso banco lá da praça
Onde começou o nosso amor
A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardimTudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim
03 fevereiro 2010
CHEGANDO JUNTO NA MINORIA SENSATA (clique aqui)
Eu ainda sem computador (ney).
01 fevereiro 2010
A BANDA(clicar aqui)
http://www.youtube.com/watch?v=5fAxE9ZN8hs