Espaço disponível para que todos possam "chegar junto" com textos, fotos, artigos, links...
30 outubro 2009
UM DIA AZUL
Eu já estava esquecendo como era um dia azul, de tantas chuvas nesta primavera. Mas aconteceu nessa manhã de sexta-feira. Bom demais!
Mas agora, à tarde, já estavam as nuvens passando próximas, embora bem brancas, esparsas, criando apenas serenas sombras, que me lembraram a bela poesia de Cecília Meireles:
Murmúrio.
Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!
Não se acostume...Fernando Pessoa
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa
29 outubro 2009
CASA DA ÁRVORE EM QUADRINHOS
RIO 2016
28 outubro 2009
CASA DA ÁRVORE
Foi um domingo gostoso, em família, filhos, sobrinhos, netos, amigos, um lugar bem agradável, casa de festas, mata, beira do mar, a bela festa de batizado da filha de um sobrinho. As netas pediram ao avô para ir na casa da árvore, mas crianças só presas no cabo de aço, o avô deu uma de Tarzan e se arriscou. Lá na copa das árvores os passarinhos, a exuberante mata, sem taxa de condomínio, impostos. Mas Tarzan e Jane se aposentaram, moram numa cobertura; Chita estava num SPA (está obesa), depois de um trato num PET SHOP. Vida urbana, selva de pedra, Tarzan já era, não se ouve mais seu grito... oh,oh,oh,oh,oh...
ENTRE DOIS AMORES - Rubem Alves (clique aqui)
E disse o grande Fernando Pessoa:
http://www.boasdicas.com/bd-poemas-Fernando-Pessoa-tenho-sentimento.html
MODISMO
Me faz lembrar a hiena: Transa uma vez por ano, come merda e está sempre rindo.
27 outubro 2009
ESCLARECIMENTO
26 outubro 2009
Iniciando uma nova semana com os versos de Fernando Pessoa.
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Alberto Caeiro(heterônimo de Fernando Pessoa)
25 outubro 2009
Selo de premiação
Esta premiação foi criada pelos blogs Osho-br e Koyanisqatsi.
O selo de reconhecimento Blog Instigante premia os blogs que, além da assiduidade das postagens e do esmero com que são feitos, provoca-nos a necessidade de refletir, questionar, aprender e – sobretudo – que instigam almas e mentes à procura de conhecimento e sabedoria.
Agradecemos o prêmio, cedido pelo blog KOYAANISQATSI
Isso serve de motivação e nos faz crer que estamos na estrada certa.
Assim que possível, listaremos nossas 7 escolhas.Os blogs agraciados escolherão – cada um – 7 blogs com as características acima descritas e deverão copiar a imagem do selo e o texto acima, adicionando-a ao espaço que convier.
Segue a lista de blogs contemplados com o selinho.
Fernanda & Poemas
Sempre Jovens
Conversas Daqui e Dali
Os Teus e os Meus Escritos
Blog do Ney
Em Prosa e Verso
O Gato Subiu no Telhado
Chega Junto.
24 outubro 2009
A FITA MÉTRICA DO AMOR
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.
FUI! Viagem ao universo (clique aqui)
Clique sobre as imagens para ampliá-las (fotos ney em 3D).
Apenas uma reflexão, sobre a relação da fotografia com a memória e a imaginação, detectar sentidos, dimensões. Somente quando a alma e o espírito estão unidos num devaneio, é que nos beneficiamos da união da imaginação e da memória. A fotografia recorta momentos e espaços precisos. Não mostra o antes nem o depois, ainda que, muitas vezes, remeta ao passado ou lance para o futuro. Congela um tempo, que com o passar do tempo, retorna apenas nos sonhos, imaginação e memória. Visualizamos cenas vivenciadas, como ficamos passíveis de experimentar sensações já adormecidas.
Na verdade não são "visões" no sentido esotérico como se pode imaginar, mas no sentido de percepção, constatação e conscientização, porque tudo o que é aprendido é internalizado no momento da "visualização". Deixe fluir, são energias que estão em tudo a nossa volta, na harmonia da natureza, basta observar, sentir, estamos inseridos nessa corrente global em movimento. Mais ou menos isso... Clique no TITULO acima e veja o vídeo (Melhor em TELA CHEIA). Viagem ao universo. ney.
23 outubro 2009
ESSAS NOSSAS RUAS DA VIDA II
No meu texto falei da rua bem iluminada, onde, no entanto, sente-se uma sensação de menos luz, música e poesia. A imagem que usei é digital, e somada ao photoshop e outros recursos tecnológicos, ficam mais vivas, intensas, cintilantes, e nelas buscamos então a essência que não temos vivenciado nas pressas, nos saltos para o futuro.
No endereço que segue... http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp057.asp - muita coisa é dita a respeito da arquitetura virtual. É longo o texto, mas vale conferir, e vou tentar resumir neste trecho:
"Mas, da mesma forma que a televisão não departamentaliza a nossa idéia de tempo e espaço, ela igualmente não permite as abordagens "profundas" da literatura. Tudo passa a acontecer "na superfície". Isso acontece porque dos milhões de pontos impressos sobre a tela, apenas somos capazes de memorizar cerca de cem pixels por segundo. É por isso, também, que a televisão é um meio frio – isto é, um meio que exige o "preenchimento" das lacunas de memória e da percepção com a nossa imaginação. A literatura, através da distribuição das letras sobre o papel realiza algo diferente: monopolizando a visão e anulando os outros sentidos, resgatamos diretamente todo o universo simbólico realizado pela linguagem verbal, num repertório construído ao longo das nossas vidas, tornando-se num meio quente, mais completo. Por isso, a literatura e o mundo literário é repleto de símbolos e de metáfora, o que não acontece com a televisão, que opera muito mais fortemente os eixos de associação por similaridade."
No novo endereço que segue... http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482008000200004&lng=pt&nrm temos uma visão mais profunda, psicológica e sociológica, do nomadismo e solidão na cidade veloz: alegorias da compressão do tempo-espaço na ficção de Caio Fernando Abreu.
RESUMO:
Este trabalho discute a figuração literária dos processos de subjetivação contemporâneos na ficção do escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996), a partir de uma reflexão sobre os efeitos da "compressão do tempo-espaço" (Harvey, 1994) sobre as experiências psicossociais no mundo tardo-moderno. Em Caio Abreu, visualizamos as mais diversas cenas da vida urbana ancorada na cultura do consumo, bem como as diferentes situações que evocam a fragmentação do sujeito e as novas sensibilidades e formas de lidar com a efemeridade, a velocidade e a perda das utopias na cultura contemporânea. Seus contos, novelas e seu epistolário exploram o espectro de situações nefastas em que está mergulhado o indivíduo no final do século XX, especialmente mediante os temas do nomadismo, da errância, da solidão e do narcisismo que parecem caracterizar os tempos pós-utópicos. Ao delinear personagens, enredos e cenários figurativos da experiência urbana globalizada, o escritor lança um olhar particularmente revelador de tais condições no contexto do Brasil contemporâneo. Este trabalho examina alguns contos incluídos em Os dragões não conhecem o paraíso (1988), Morangos mofados (1995), Estranhos estrangeiros (1996) e o romance Onde andará Dulce Veiga (1990) à luz da crítica da modernidade empreendida por autores como David Harvey, Zygmunt Bauman, Fredric Jameson entre outros teóricos.
Caio Abreu realça as experiências da vida contemporânea de forma metafórico-alegórica, refratando em suas narrativas o excesso de estímulos que a cidade oferece, a aceleração do ritmo de vida, a falta de encontros mais duradouros e significativos entre as pessoas. Mostra a urgência e o imediatismo das ações humanas em uma cultura que incita o sujeito à compulsão da compra, à vivência do presente imediato espetacularizado, à ação impulsiva e à descarga motora.
A memória do passado é trazida à tona como "um quebra-cabeças sem molde final" à medida que reminiscências emergem e associações vão sendo efetuadas pelo protagonista. O ininterrupto exercício da memória por parte do narrador parece evocar a resistência ao estado do "presente puro" de que fala Jameson (1996), uma das principais características da dominante cultural pós-moderna e associada ao enfraquecimento da práxis política coletiva. Surdo à história, mergulhado na sincronia de imagens, discursos e realidades, sem a possibilidade de articular narrativamente o passado, o presente e o futuro, o sujeito se vê sem horizontes de transformação e emancipação; nada além do aqui e agora. Com efeito, nessa ficção, parece haver um impulso de recuperação do passado como referente, a memória funcionando como meio de acesso a uma experiência e um estilo de viver mais humanamente significativo (leia na íntegra).
Eu, ney, acho que é importante valorizar as artes, música e poesia, mantendo essa nossa identidade humana, de forma integrada e coerente. Precisamos vivenciar etapas, buscar nossas verdades, os melhores caminhos, não permitindo que as correrias nos afastem do equilíbrio e amadurecimento, do bem estar espiritual e sossego íntimo. E na liberdade, nos distanciarmos das falsas ideologias, dos preconceitos, fundamentalismos, entendendo, amando e respeitando o próximo.
22 outubro 2009
Raízes – Sidónio Muralha
Velhas pedras que pisei
Saiam da vossa mudez
Venham dizer o que sei
Venham falar português
Sejam duras como a lei
E puras como a nudez.
Minha lágrima salgada
Caíu no lenço da vida
Foi lembrança naufragada
E para sempre perdida
Foi vaga despedaçada
Contra o cais da despedida.
Visitei tantos países
Conheci tanto luar
Nos olhos dos infelizes
E porque me hei-de gastar?
Vou ao fundo das raízes
E hei-de gastar-me a cantar.
PÃO DE AÇÚCAR
Clique sobre as imagens para ampliá-las (fotos ney). E ele assim parece mesmo um pão coberto de açúcar, as nuvens parecem algodão doce.
Na verdade a origem do nome tem várias versões históricas. Mas segundo historiadores, o que se pode acreditar de fato é mesmo o nome dado pelos portugueses durante o apogeu do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil (século XVI e XVII), quando após a cana ser espremida e o caldo fervido e apurado, os blocos de açúcar eram colocados em uma forma de barro cônica para transportá-lo para a Europa, a qual era denominada "pão de açúcar". A semelhança do penhasco carioca com aquela forma de barro teria originado o nome. Mais detalhes e imagens em
http://interata.squarespace.com/jornal-de-viagem/2007/5/13/po-de-acucar-rio-de-janeiro.html
ESSAS NOSSAS RUAS DA VIDA...
Não era tão iluminada assim a minha rua de outrora, mas cismo que tinha mais luz e poesia, conversa no portão, crianças brincando na calçada, namorados ao luar. Tinha jogo de bola, a turma da esquina, sorvete na pracinha, sereno na madrugada, gotas de orvalho nas flores dos jardins. O céu era uma imensidão, e todo estrelado, árvore para todo lado, pé de fruta, festa junina, baile de aniversário e carnaval de rua. (ney).
21 outubro 2009
NINGUÉM MORRE DE VÉSPERA
YOUTUBE: http://www.youtube.com/watch?v=BO2rW1alVv8&feature=player_embedded
20 outubro 2009
VIAGEM (clique aqui)
Clique sobre a imagem para ampliá-la (photoshop ney). O maciço das montanhas do Rio, visto do Parque da Cidade em Niteroi. Por essa Barra passam os navios em viagem.
No Dia do Poeta, uma bela viagem, com música e poesia, na voz de Emilio Santiago.
Durante o Bossa Brasil Festival, que aconteceu em abril deste ano, Emílio Santiago teve a honra de ser chamado de “Nat King Cole brasileiro” em pleno Birdland, o clube de jazz mais famoso dos Estados Unidos, por onde já passaram ícones como Miles Davis, Duke Ellington e Dave Brubeck
Emílio se apresentou ao lado de Dori Caymmi em shows bastante festejados pela imprensa americana. “Sua voz é mais rica e profunda que a de Cole”, disse Stephen Holden, do New York Times. Em 6 e 7/11 estará no Teatro Municipal de Niterói.
O poeta
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só as que ele não têm
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração”.
(Fernando Pessoa)
Final de tarde com Mário Quintana...
19 outubro 2009
CHEGANDO JUNTO NO TICO TICO NO FUBÁ (clique aqui)
http://www.4shared.com/file/141423594/c223b23e/Tico_Tico__-__Duo__Siqueira_Lima.html
A Arte de Pensar
As perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde queremos ir beber
Para isto existem as escolas:não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas.As respostas nos permitem andar sobre a terra firme.Mas, somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido".
Rubem Alves
18 outubro 2009
A arte de viver...
EU SEI, MAS NÃO DEVIA (clique aqui)
Clique no TÍTULO acima ou no endereço que segue:
http://www.releituras.com/mcolasanti_eusei.asp
17 outubro 2009
AVISO
Minha internet está instável, indo e voltando, mas já pedi o conserto, uma possível ausência maior será por esse motivo. Abraços/ney.
Pedalando no tempo (clique aqui)
Clique na imagem para ampliá-la (foto e texto ney).
De carro ou moto, destreza não me faltou, devidamente habilitado andando pelas ruas do Rio e São Paulo, e por tantas estradas, sem nunca bater, sequer frear bruscamente. Mas temos que admitir que o trânsito nas cidades anda uma loucura. Na bicicleta vou com serenidade, ela por si só já exige equilíbrio.
Diz bem o poeta português, Alexandre O!Neill, descedente de irlandeses, nascido em Lisboa:
O CICLISTA
O homem que pedala, que ped'alma
com o passado a tiracolo, ao ar vivaz abre as narinas: tem o por vir na pedaleira
ELOGIO BARROCO DA BICICLETA
Redescubro, contigo, o pedalar eufórico
pelo caminho que a seu tempo se desdobra,
reolhando os beirais - eu que era um teórico
do ar livre - e revendo o passarame à obra.
Avivento, contigo, o coração, já lânguido
das quatro soníferas redondas almofadas
sobre as quais me etangui e bocejei, num trânsito
de corpos em corrida, mas de almas paradas.
Ó ágil e frágil bicicleta andarilha,
ó tubular engonço, ó vaca e andorinha,
ó menina travessa da escola fugida,
ó possuída brincadeira, ó querida filha,
dá-me as asas - trrim! trrim! - pra que eu possa traçar
no quotidiano asfalto um oito exemplar !
16 outubro 2009
Verdades da Profissão de Professor
15 outubro 2009
BlogAction Day (clique aqui)
Uma boa dica do nosso amigo Carlos Albuquerque - http://conversasdaquiedali.blogspot.com/
Selinho especial.
Vivam Apenas – José Gomes Ferreira
Vivam, apenas
Sejam bons como o sol.
Livres como o vento.
Naturais como as fontes
Imitem as árvores dos caminhos
que dão flores e frutos
sem complicações.
Mas não queiram convencer os cardos
a transformar os espinhos
em rosas e canções.
E principalmente não pensem na Morte.
Não sofram por causa dos cadáveres
que só são belos
quando se desenham na terra em flores.
Vivam, apenas.
A Morte é para os mortos!
Chove – José Gomes Ferreira
Chove...
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.
Bom dia! O “Bom Dia” é uma força de expressão, afinal São Paulo amanheceu com muita chuva e vento. Não será um dia fácil para quem está na rua…
Acima uma bela poesia de José Gomes Ferreira sobre o tema, na seqüencia outro poema, dessa vez sobre o sol…
Pedalando na areia (clique aqui - vídeo/som)
http://www.blogger.com/video-play.mp4?contentId=3ac497f594ff4351&type=video%2Fmp4
CURVAS
"Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha dura, ostensiva, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no leito sinuoso de seus rios, no corpo da mulher amada."
Pedalando (clique aqui e veja o vídeo - SOM)
Clique sobre a imagem para ampliá-la (foto e photoshop ney) - Esta é uma foto que tirei na Praia de Icarai, aqui em Niterói, aproveitando o reflexo do vidro da portaria de um dos edifícios da orla, podendo assim me fotografar tendo ao fundo o mar e a montanha (Baía da Guanabara e Rio de Janeiro). Nela inseri uma foto de meus pais na Praia de Santos (São Paulo), e lá estavam eles pedalando antes que eu e meus irmãos viéssemos ao mundo. Filhos de portugueses, nasceram em Minas Gerais, casados foram morar em São Paulo, onde nasceu meu irmão mais velho, e depois veio a família para o Rio de Janeiro. Nasci no Rio quando ainda era a Capital do Brasil, e um dia viemos morar em Niterói.
Pedalar faz parte da minha vida desde criança. Com a bicicleta ia para o colégio, ia namorar, passear, com grupo de amigos nos aventurávamos por lugares bem distantes, indo mesmo para outras cidades. Nos ANOS DOURADOS as praias ficavam lotadas de bicicletas, depois tomadas pelos automóveis. A também chamada MAGRELA, CAMELINHO, BIKE está voltando com força total. Então foi mesmo uma vida toda pedalando. Tive meus bons momentos com motos, velejando meu barco ao vento (LASER), automóveis, mas é nela que sinto a liberdade de me deslocar, na medida certa, vivenciando esse caminhar. Paz, harmonia, serenidade, vontade de sair pelo mundo de bicicleta. Bem cedo estou com ela na padaria comprando o pão, fazendo compras, e tendo oportunidade saio por ai.
Clique no TÍTULO acima ou aqui e veja o vídeo de hoje:
http://www.blogger.com/video-play.mp4?contentId=448a72002f322d5&type=video%2Fmp4
14 outubro 2009
PAPOS ABERTOS (clique aqui)
Clique sobre a imagem para ampliá-la (foto Eduardo Rocha) - São João del Rei-MG.
PAPOS ABERTOS é o site do meu irmão, Eduardo Moreira Rocha, que na última inclusão acrescentou belas fotos de São João del Rei, à noite, uma iluminação muito bonita valorizando seu rico patrimônio histórico. Mas tem muito mais, fotos de muitos lugares do Brasil, música, projetos ambientais e culturais, preservação do patrimônio de nossas antigas estradas de ferro etc. Assim, tomo a liberdade de indicar aqui no CHEGA JUNTO, assim como fiz no meu blog: http://neyniteroi.blogspot.com/ APAREÇAM! Clique no TÍTULO ACIMA ou no endereço que segue:
http://www.paposabertos.com.br/
Jogo De Bola – Cecília Meireles
A bela bola
Rola:
A bela bola do Raul.
Bola amarela,
A da Arabela.
A do Raul,
Azul.
Rola a amarela
E pula a azul.
A bola é mole,
É mole e rola.
A bola pula.
É bela e pula.
É bela, rola e pula,
É mole, amarela, azul.
A de Raul é de Arabela,
E a de Arabela é de Raul.
Olá! Esse poema era para o Dia das Crianças, mas o dia passou e não consegui postar. Desculpem. Fiquem com esse “trava língua” de Cecília Meireles. A foto é da Jéssica.
Mário Quintana nesta manhã de quarta -feira...
Convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada
A mesma coisa cem mil vezes dita.
Mario Quintana
13 outubro 2009
TEMPO II
CÃNTICOS - Cecília Meireles
II -
Não sejas o de hoje. Não suspires por ontens ... Não queiras ser o de amanhã. Faze-te sem limites no tempo. Vê a tua vida em todas as origens. Em todas as existências. Em todas as mortes. E sabe que serás assim para sempre. Não queiras marcar a tua passagem. Ela prossegue: É a passagem que se continua. É a tua eternidade ... É a eternidade. És tu.
XXIII
Não faças de ti um sonho a realizar. Vai. Sem caminho marcado. Tu és o de todos os caminhos. Sê apenas uma presença. Invisível presença silenciosa. Todas as coisas esperam a luz, Sem dizerem que a esperam. Sem saberem que existe. Todas as coisas esperarão por ti, sem te falarem. Sem lhes falares.
AO TEMPO
Tempo, vais para trás ou para diante? O passado carrega a minha vida
Para trás e eu de mim fiquei distante,
Ou existir é uma contínua ida
E eu me persigo nunca me alcançando?
A hora da despedida é a da partida
A um tempo aproximando e distanciando...
Sem saber de onde vens e aonde irás,
Andando andando andando andando andando
Tempo, vais para diante ou para trás? (Dante Milano)
12 outubro 2009
PESCARIA (vídeo clique aqui)
Cesto de peixes no chão.
Cheio de peixes, o mar.
Cheiro de peixe pelo ar.
E peixes no chão.
Chora a espuma pela areia,
na maré cheia.
As mãos do mar vê e vão,
as mãos do mar pela areia
onde os peixes estão.
As mãos do mar vêm e vão,
em vão.
Não chegarão
aos peixes do chão.
Por isso chora, na areia
a espuma da maré cheia. (Clique no TÍTULO para o vídeo).
11 outubro 2009
AGORA SIM, TUDO AZUL (clique aqui)
Dia 12 de outubro:Dia da Criança
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as coisas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em um ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.
Fernando Pessoa
Educar
Na próxima semana estarei retornando à sala de aula. Depois de muitos meses afastada da sala de aula, fazendo tratamento de saúde, volto a trabalhar com crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem.Estou ansiosa, querendo ver o olhar dos alunos brilhando de alegria ao aprender aquilo que eu estiver lhes ensinando.
Apropriei-me de pensamentos de Rubem Alves para descrever o meu sentimento em relação a escola:
Educar
“Educar é mostrar a vida
a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!”
- e, ao falar, aponta.
O aluno olha na
direção apontada e
vê o que nunca viu.
Seu mundo
se expande.
Ele fica mais
rico interiormente...”
“E, ficando mais rico interiormente, ele
pode sentir mais alegria
e dar mais alegria -
que é a razão pela
qual vivemos.”
"Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais".
Rubem Alves.
PRIMAVERA DIGITAL (clique aqui)
O domingo amanheceu querendo melhorar, enquando isso fico na primavera digital ao som de Oliver Shanti. Clique no TÍTULO acima ou endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=XTN_O0wfUww&feature=related
10 outubro 2009
09 outubro 2009
PORTA ENTREABERTA II - O lado de fora
Clique sobre a imagem para ampliá-la (foto ney) - Jardim Botânico - Rio de Janeiro. Então eu disse, do lado de dentro daquela sacada (postagem anterior):
Suave luz, brisa, perfume, música
Olhar, brilho, acolhimento, sentimento, envolvimento
Momento cálido, eterno, pleno
Eu e você.
......................................
Mas lá fora é longo o caminhar, cheio de escolhas, decisões, atitudes, indagações, um universo maior de amor e convivência do EU E VOCÊ, mas não se quer dizer que seja maior que o amor, ou que ele não saiba esperar, embora possa acabar:
Sol, chuva, frio, calor, rotina, correria
Distâncias, circunstâncias, ruídos, dispersões, desassossegos
Muros, pontes, alegrias, tristezas, momentos reais do EU E VOCÊ.
Sentar, conversar, esperar, entender, buscar, refazer
Portas se abrem e se fecham para o EU E VOCÊ. (ney).
Rubem Alves
Quando vier a Primavera.Fernando Pessoa
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
08 outubro 2009
PRIMAVERA CINZENTA, CHUVOSA E FRIA...
http://www.youtube.com/watch?v=i6829uWfH-g
http://www.youtube.com/watch?v=DK02YhsgxQY&feature=fvw
Mais informações desse balé em
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://en.wikipedia.org/wiki/The_Carnival_of_the_Animals&ei=tJDOStPVLsHO8QbQ18H9Aw&sa=X&oi=translate&resnum=3&ct=result&prev=/search%3Fq%3DThe%2Bswan%2B-%2Bcarnival%2Bof%2Bthe%2Banimals%2B-%2BSans%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG - Neste endereço, depois de "referências musicais", clique no link em lilás "the dying swan".
Na Terra Como No Céu – Geraldo Vandré
Olá! Bom dia a todos. Hoje vai uma pérola de um artista que admiro muito e marcou demais minha juventude. Geraldo Vandré. Esse nome nos remete as canções “Disparada”, “Caminhando” e “Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores”, mas para mim, a melhor canção dele é essa abaixo, pena que pouco conhecida. Uma canção, um poema…
Não viemos por teu pranto
nem viemos pra chorar
viemos ao teu encontro
e estamos no teu altar
por seguir nosso caminho
que é também seu caminhar
na força do teu carinho
esperamos nos salvar
na terra como no céu
no sertão como no mar
nas serras ou nas planuras
esperamos nos salvar
estando sempre altura
nos teus caminhos lutar
reparte entre nós
diante do seu altar
a justiça e a riqueza
que fizemos por ganhar
não deixa a gente passar
pela fome em tua mesa
não viemos por teu pranto
nem viemos pra chorar
07 outubro 2009
Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
Fernando Pessoa, 1931.
PORTA ENTREABERTA
Suave luz, brisa, perfume, música
Olhar, brilhar, acolher, sentir, envolver
Momento cálido, eterno, pleno, inesquecível
Eu e você.
foto e texto (ney).
Ah! Lembrei da música do Ivan Lins, que diz melhor, e vou acrescentar:
http://www.youtube.com/watch?v=y_aGk4JtR9o
O CHEGAR JUNTO CONTINUA...
06 outubro 2009
O PINTOR (João Felinto Neto)
não há telas.
Não passa de invenção,
a embarcação
e as velas.
Não há mar e nem gaivotas,
nem mesmo uma pequena ilha.
Não há pessoas nas portas.
Não há vila.
Porém na imaginação,
de um borrão faço uma ilha.
Ponho água, céu e chão.
Crio a mais bela vila.
Ponho pessoas nas portas,
outras correndo pro mar.
Ponho um barco, rumo a terra,
velas e o vento a soprar.
Ponho alguém a escutar,
o barulho das gaivotas,
a onda que vai e volta,
e o canto de Iemanjá.
Ponho um sol já a se pôr
no entardecer do dia.
Ponho cor e harmonia,
como poria o pintor
em seu quadro de valor,
a mais bela poesia.
Poema Enjoadinho - Vinícus de Moraes
Sempre achei esse poema do Vinícius muito bonito. Não é piegas, comum a outros textos do mesmo tema, mas realista, bem construido e engraçado. Dedicado à Heli, que apesar de ter passado por esse "gênero" há tempos, acredito que nesse momento ela tenha voltado a se envolver no "clima" do Poema Enjoadinho.
RUA - MEDO (João Felinto Neto)
Bela calçada, dama passada, diurnamente movimentada. Na madrugada, sem companhia, apenas o cão que ladra. Onde se mora, onde se pisa, no tempo és encantada. Um que se vai, outro que chega, saudade recompensada. Quando se morre, fica de luto. Quando se nasce, se comemora. Às vezes triste, desanimada, outras alegre e festejada. Quando se parte, nunca se esquece, daquela rua em que se cresce.
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MEDO (João Felinto Neto)
A escuridão que tanto temia na minha inocência, por medo de monstros que me perseguiam numa fantasia, já não mais a temo. A maturidade nos mostra a realidade, triste realidade, de que na claridade somos presas fáceis de nós mesmos. Criança, não tenha pressa de crescer. Agora, o seu futuro ainda é escuro, mas será tão claro, que sentirá saudade do que foi outrora, inocente.
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Encontrei a poesia de João Felinto Neto pesquisando um tema no google, e lendo todos os textos que encontrei na biblioteca virtual de escritores e komedi http://www.komedi.com.br/escrita/leitura.asp?Texto_ID=2555 fiquei realmente impressionado com tudo. Muita alma, vida, sonho, realidade, sensibilidade, encantamento, mergulho no tempo, em nós mesmos. Viajei e me identifiquei em cada um deles. DEMAIS!
05 outubro 2009
Boas vindas ao Sid!!
Como apresentar o Sidão?
Ele é um grande amigo, que já participou conosco de outros blogs e de Grupos de discussão do Yahoo.
Sidão.
Faço uso das palavras que você usou para me receber em seu blog O Gato Subiu no Telhado e que me deixaram muito à vontade...
"Muito bom ter você junto novamente. Fique a vontade, faça comentários, arrume cizânias, publique fotos, desabafe"...
E tem mais: pode trazer todos os seus gatos para cá...
Você é sempre bem vindo!!
Grande e carinhoso abraço.
POESIA COMENTADA
Agasalha-me à sombra do teu corpo.
Aninha-me entre teus seios,
Aquece-me no calor do teu ventre:
Coisa ínfima, quero ficar perto de ti
como um pássaro que fugiu da tempestade.
Eu sou uma moeda que Deus deixou rolar no chão.
Neste poema, os verbos agasalhar, aninhar, aquecer, ficar (perto), fugir (da tempestade), revelam o desejo de fusão. Corpo, ventre e seios são imagens que se agregam aos verbos referidos, para expressar o desejo de superar a vivência da separação. O poema mescla misticismo e sensualismo, sugerindo a fusão a outro corpo, na forma que o ÁTOMO se agrega, constituindo a matéria (Ana Maria Lisboa de Mello em POESIA E IMAGINÁRIO).
04 outubro 2009
MURILO MENDES - O FILHO DO SÉCULO
Nem conversarei no portão
Com meninas de cabelos cacheados
Adeus valsa "Danúbio Azul"
Adeus tardes preguiçosas
Adeus cheiros do mundo sambas
Adeus puro amor
Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem
Não tenho forças para gritar um grande grito
Cairei no chão do século vinte
Aguardem-me lá fora
As multidões famintas justiceiras
Sujeitos com gases venenosos
É a hora das barricadas
É a hora da fuzilamento, da raiva maior
Os vivos pedem vingança
Os mortos minerais vegetais pedem vingança
É a hora do protesto geral
É a hora dos vôos destruidores
É a hora das barricadas, dos fuzilamentos
Fomes desejos ânsias sonhos perdidos,
Misérias de todos os países uni-vos
Fogem a galope os anjos-aviões
Carregando o cálice da esperança
Tempo espaço firmes porque me abandonastes.
Murilo Monteiro Mendes fez seus primeiros estudos em Juiz de Fora e depois, no Colégio Salesiano de Niterói. Escritor fértil, obra abundante, foi professor nas universidades de Roma e Pisa, residiu na Bélgica e na Holanda... veja em http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u611.jhtm
O Amor
O amor
O amor, quando se revela, não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela, mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente. Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse, se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa
03 outubro 2009
DULCE
Às vezes penso em dar uma parada, reorganizar caminhos, racionalizar, mas acabo deixando a roda viva me levar.
Agradecemos esse ENORME carinho e atenção com o CHEGA JUNTO, você faz parte dele, não vamos considerar uma saída, apenas uma viagem, uma ausência temporária. (ney).