02 agosto 2009

CEGUEIRA BENDITA-Florbela Espanca

CEGUEIRA BENDITA
Florbela Espanca
Trocando Olhares - 24/04/1917

Ando perdida nestes sonhos verdes
De ter nascido e não saber quem sou,
Ando ceguinha a tatear paredes
E nem ao menos sei quem me cegou!

Não vejo nada, tudo é morto e vago…
E a minha alma cega, ao abandono
Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
´Stendendo as asas brancas cor do sonho…

Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo
E não ver nada nesse mar sem fundo,
Poetas meus irmãos, que triste sorte!…

E chamam-nos a nós Iluminados!
Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
A sofrer pelos outros té à morte!

6 comentários:

  1. Simplesmento maravilhoso!!!
    beijos

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  2. QUERIDA HELI, MARAVILHOSO POEMA DESTA MINHA MUSA INSPIRADORA... ABRAÇOS DE CARINHO,
    FERNANDINHA

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  3. Quem não gosta de Florbela Espanca
    lindo poema uma boa escolha
    "Quando as coisas não acontecem
    do jeito que a gente quer, é porque
    vão acontecer melhor do que a
    gente pensa."

    Beijos.

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  4. Dulce.
    Que bom que gostou do poema.Ando meio atarefada, por isso ando meio distante, mas sempre que possível eu apareço.
    Bjs

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  5. Fernanda.
    Fico muito feliz por ter gostado do poema.Florbela coloca em seus poemas, palavras que invadem a nossa alma.
    Abraços de carinho para vc também.
    heli

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  6. Princesa.

    Adorei suas palavras.Estou atravessando um momento em que parece que tudo dá errado.Vou aguardar coisas melhores do que as esperadas...
    Obrigada pela sua visita.
    bjs
    heli

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