20 agosto 2009

Ao cair da tarde, poesia...

Cecília Meireles

Aqui está minha vida - esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança - este mar solitário,
que de um lado era amor e do outro, esquecimento.

4 comentários:

  1. Dulce, amiga!

    Como faz para descobrir tanta poesia linda que toca fundo, bem fundo???

    Hoje estragaram o meu dia, mas ao ler este poema, apesar de me deixar a pensar no que sou e como vivo...sinto-me mais acompanhada, percebe, tenho a certeza.

    Beijos.

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  2. Essa é, creio eu, a missão maior do poeta, falar por nós, simples mortais que nem sempre sabemos, ou podemos expressar o que nos toca, o que nos eleva, o que nos angustia, enfim, o que sentimos.
    Hoje, Cecilia faz-lhe companhia, amanhã poderá ajudá-la a rir ou a chorar, falará de sua saudade, de seu amor possivel ou impossivel... Eu busco sempre nos poeatas de meu coração a companhia para o meu momento e costumo usar suas vozes para falarem por mim, quando deveria calar...
    Espero que já esteja bem.
    beijinhos

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  3. Não me queres dizer onde mora o teu sorriso
    Ausente do incontido abraço
    Ausente das palavras felizes
    Envolto em nuvem escura no espaço

    Não me queres dizer o rumo
    Que leva ao teu terno coração
    Não me queres abrir as portas
    Da cor vibrante da paixão?



    Bom fim de semana



    Abraço

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  4. Profeta

    Obrigada pela presença e pelos lindos versos.

    Bom fim de semana para você também.

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