Espaço disponível para que todos possam "chegar junto" com textos, fotos, artigos, links...
29 fevereiro 2008
MÚSICA SUAVE
RAMBO 4
Mas agora parece que se recolheu, resolveu ficar sossegado, lá no sitio cuidando dos bichos, acho que agora só mesmo para o asílo. Mas nunca se sabe... RAMBO NÃO PERDOA.
A caixa do correio do sitio dele está vazia, quero ver quem vai lá colocar multa de trânsito (aqui na nossa cidade uma coisa comum), IPTU, juros de bancos, impostos, cobranças.
Quem quiser ver o trailer está ai no YOUTUBE, mas é melhor forrar o teclado com um plástico, senão vai manchar de sangue:
http://www.youtube.com/watch?v=8M1KiXWWTxg
CHEGANDO JUNTO DE MOTO
PICO DO ITAPEVA - CAMPOS DO JORDÃO
Viajei entre grandes árvores
Frondosas, coloridas, exuberantes
Que deixam cair suas folhas pelo chão
Matizando caminhos, enfeitando a natureza
Eu cortava o vento que refrescava o meu rosto
Fazia-me sentir vivo, reanimado
Eu me achei o rei daquele mundo
E tive medo que ele acabasse
O sol a tudo clareava e aquecia
As sombras o amenizavam
O céu muito azul era o infinito
Que emoldurava com harmonia tantos encantos
Eu passeava sobre as folhas
Via a terra sustentar tanta vida
Rios que procuravam seus caminhos
Molhando e revigorando a vida
Escolhi caminhos
Senti a liberdade
Subi montanhas e andei sobre vales
Eu via tudo lá de cima e parecia voar
Imaginei o Criador
Admirei a sua obra
Senti-me pequeno diante de tanta grandeza
Vivi momentos de paz
28 fevereiro 2008
27 fevereiro 2008
UMA VIAGEM NO MUNDO DE ROB GONSALVES
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Rob Gonsalves
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Surpreendente artista canadense, nascido em Toronto em 1959. Mestre da arte fantástica, suas obras criam ilusões e interagem entre o mundo real e o imaginário fazendo com que o expectador reflita sobre o que está vendo e tente desvendar os mistérios destas obras. A arte de Rob Gonsalves. Desenhos incrivelmente detalhados de Rob Gonsalves, cada peça guarda inúmeras surpresas.
Para entender e vizualizar os mistérios de suas obras é preciso observar, entrar em seu mundo encantado e magnífico. Parar, observar e se questionar sobre o que realmente está vendo. E isto não é nada difícil, e é até muito prazeroso!
Suas obras são comparadas com as de Maurits Cornelis Escher.
Suas ilusões fazem ligações entre mundos distintos, unem o real e o fantástico. Rob Gonsalves não nos responde qual é de fato a realidade, isto é função de quem se dispõe a explorar as suas telas.
A mensagem principal de suas obras é que não podemos, e nem devemos acreditar do que enxergamos logo no primeiro momento. Analisar e se deixar surpreender. É o tipo de pintura onde você consegue captar realidades paralelas distintas em um mesmo quadro.
Vale a pena parar um instante e observar as suas obras, com cuidado e atenção e livre de conceitos previamente estabelecidos, com olhar de uma criança.
Assim é o mundo da arte, sem fronteiras, sem barreiras, onde tudo é possível e tudo está em constante transformação.
Rob Gonsalves ainda produz diversas telas, está estabelecido no mercado internacional, e pode ser comparado também a Rene Magritte e suas viagens fantásticas!
Blog Lu Moura
http://www.youtube.com/watch?v=fTpHFQv8F-A
PRECONCEITO
O bofe está perdido com a turma do arco-íris, vai logo cair do cavalo (rs). FIGURÃO.
E pior de tudo, capaz de imaginar DEUS com maldades, vinganças, preconceitos... sendo o CRIADOR AMOR, PAZ E RESPEITO AOS SEMELHANTES.
BOM DIA!
26 fevereiro 2008
SE ESSA RUA FOSSE MINHA...
24 fevereiro 2008
Valeu!!!
Valeu pelas palavras e pelo carinho de vocês para comigo.
Já estou me sentindo melhor, mas ainda tenho que ir meio devagar com as coisas aqui.
Beijos nos corações de todos!
Heli
Desejamos rápida recureração
23 fevereiro 2008
22 fevereiro 2008
CHEGA JUNTO NUMA SEXTA-FEIRA DANÇANTE
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Dream a little dream of me
Clique no link acima ou no endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=cILkJJ6eOdY&feature=related
20 fevereiro 2008
NEY E NETAS - CLIQUE AQUI E LIGUE O SOM
http://www.dgocosta.com/Netas.html
Niemeyer diz que Fidel continua na luta contra imperialismo
RIO - O arquiteto carioca Oscar Niemeyer, comunista histórico e citado no texto de renúncia à Presidência de Fidel Castro, acredita que os embates entre Cuba e os Estados Unidos irão continuar e que o líder não abandonará a luta.
- É claro que, apesar da tristeza com que o povo cubano acompanha os acontecimentos que se seguem à renúncia de Fidel, sobra para ele e toda a América Latina a certeza de que o grande líder continuará a participar desta luta contra as forças reacionárias do imperialismo norte-americano - escreveu Niemeyer em uma nota à imprensa.
Na mensagem anunciando sua saída, publicada nesta terça-feira, Fidel, de 81 anos, citou o amigo, dizendo "penso como Niemeyer, que se deve ser consequente até o final".
Niemeyer, 100 anos, nunca visitou Cuba, mas já recebeu Fidel em seu escritório em Copacabana. Ele também desenhou diversos projetos não realizados para a ilha, como a embaixada brasileira.
Recentemente foi inaugurada em Havana uma escultura de aço de Niemeyer, de quase 10 toneladas, na qual aparece um monstro indo contra um pequeno homem segurando a bandeira de Cuba estilizada. A obra representaria, nas palavras de Niemeyer, "a luta contra o imperialismo".
[ 17:58 ] 19/02/2008
19 fevereiro 2008
18 fevereiro 2008
17 fevereiro 2008
DOMINGO NA ORLA - Praia de Icaraí - Niterói-RJ.
UM DIA DE DOMINGO
.
.
.
.
.
.
.
.
UM DIA DE DOMINGO - Vide link ou...
http://www.paixaoeromance.com/80decada/um_dia_domingo/h_um_dia_de_domingo.htm
16 fevereiro 2008
QUERO SER UMA ILHA
DECEMBER BOYS - UM VERÃO PARA TODA VIDA
Um filme com belas mensagens, ótimo elenco e bonita trilha sonora, que nos faz acreditar na vida, na amizade, no amor, de uma forma muito especial, das coisas simples, sábias e duradouras da vida. Vale conferir! Vide trailer no link acima ou endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=3JA2sDR9J-c
15 fevereiro 2008
13 fevereiro 2008
PAI E FILHA CHEGAM JUNTOS NUMA CANÇÃO INESQUECÍVEL
http://www.youtube.com/watch?v=T8mn0aCf100
12 fevereiro 2008
CHEGANDO JUNTO NA POESIA DE QUINTANA
Mario Quintana.
************
Olho as Minhas Mãos
Mario Quintana
Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas
Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las
Assim, lentamente, como essas anêmonas do fundo do mar...
Fechá-las, de repente,
Os dedos como pétalas carnívoras !
Só apanho, porém, com elas, esse alimento impalpável do tempo,
Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamento
Como tecem as teias as aranhas.
A que mundo
Pertenço ?
No mundo há pedras, baobás, panteras,
Águas cantarolantes, o vento ventando
E no alto as nuvens improvisando sem cessar.
Mas nada, disso tudo, diz: "existo".
Porque apenas existem...
Enquanto isto,
O tempo engendra a morte, e a morte gera os deuses
E, cheios de esperança e medo,
Oficiamos rituais, inventamos
Palavras mágicas,
FazemosPoemas, pobres poemas
Que o vento
Mistura, confunde e dispersa no ar...
Nem na estrela do céu nem na estrela do mar
Foi este o fim da Criação !
Mas, então,
Quem urde eternamente a trama de tão velhos sonhos ?
Quem faz - em mim - esta interrogação ?
NEM SEMPRE SE CHEGA JUNTO...
O tal papo-cabeça!
“Puxa, como você é complicado!’’ Sabe quando alguma coisa fica martelando em seu ouvido a ponto de incomodar? Pois aconteceu comigo, após aquela cena, em que um amigo sentenciava o outro. O jovem, algo tímido, ouviu a terrível sentença (julgamento do outro) e não conseguiu esconder a expressão agoniada de um inocente que, por uma simples frase, torna-se culpado, errado, sei lá, só sei que era um olhar que merecia ser defendido. Como o assunto interessa a todos nós, lanço-me na defesa da sensibilidade de um jovem a quem mal conheço.Para quem o chama de complicado, papo-cabeça e o ofende, como explicar que a complexidade é rica, significante, cheia de caminhos maravilhosos, vários dos quais bloqueados até por você mesmo, o complicado? As porteiras e os mata-burros de nossos caminhos interiores são construídos por nós mesmos.E quem o fez, talvez esteja temendo caminhar com você pelas vias da sua criatividade interior, que o poderia confundir. É mesmo mais fácil escolher um só caminho e acreditar nele. Mais fácil e mais falso... Talvez aquela pessoa agressiva com você não esteja querendo (nem podendo) ver a força dos mundos interiores (ou as várias faces do mundo) que você tem para oferecer a quem topar a aventura de conhecer o seu próprio mundo interior. É que as pessoas preferem a vida de relação, o “conhecimento’’ externo, aos mergulhos no fundo da densidade e da complexidade humanas.Quando alguém diz ‘’Conheço fulano como a palma da minha mão’’, na verdade quer dizer que já tem o fulano na palma da sua mão e que a relação entre eles é tão superficial que ele até pode dominar o outro. E a realidade é diversa. Quando alguém é “conhecido” por não ser “complicado”, esse alguém se fechou à criatividade interior, e o que você conhece dele é pouco, ou nada. É o que ele lhe concede. Complicação uma ova! Naquele jovem, chamado de complicado, latejava sensibilidade rica, capaz de ver e sentir os “vários caminhos do mundo”.Leve com orgulho a sua complicação, jovem amigo. Ser complicado é passar a vida fingindo ou fazendo força para ser igual. Ser complicado, enfim, meu jovem e assustado amigo, é estar aberto para o mundo, conseguindo vê-lo sem ódio e a raiva com que se é visto por se colocar sensibilidade e amor demais onde as pessoas querem menos, seja por comodismo, cansaço ou mesmo por burrice.
Artur da Távola.
11 fevereiro 2008
AMO-TE
.
.
.
.
.
.
.
.
E por coincidências da vida, o belo vestido VERMELHO do post anterior, nos remete a linda poesia e filme de ANA LUAR (link acima), que em sua página nos encanta com as mais belas poesias, dessa rica alma portuguesa, que nos une pela história, pelas origens, pelas aventuras nessa imensidão de mar, pelos povos irmãos que somos, por tudo que construimos juntos neste nosso Brasil VERDE E AMARELO, AZUL E BRANCO.
09 fevereiro 2008
Mais de Fausto Wolff
Era uma vez um homem que queria ser rei e demonstrar que nem todas as monarquias são tirânicas. Dono de uma fazenda de 800 cabeças de gado em Não Me Toque (RS), um dia mandou fazer um belo trono, que colocou no salão da fazenda, uma coroa e um cetro de pedras semipreciosas e um manto de veludo para o inverno e de linho para o verão. Tudo que exigia era que seus parentes, empregados e peões o tratassem de Sua Majestade, Don Fabrício I. No princípio, as pessoas acharam graça, mas, quando ele diminuiu o dinheiro que dava aos filhos, deixou de fazer as vontades da mulher, passou a gastar muito menos nos estabelecimentos comerciais e despedir peões e empregados, viram que não brincava. Passaram a chamá-lo de majestade, a fazer a reverência exigida e a tratá-lo na segunda pessoa do plural. A fazenda passou a prosperar, a mulher a ser mais amada, os filhos e empregados bem tratados. Embora ele só exigisse o tratamento real dentro da sua propriedade, a coisa pegou e as pessoas da cidade passaram a tratá-lo com séria fidalguia.
Um dia, um jornalista de Porto Alegre perguntou a Don Fabrício I, um homem rude, por que decidira autoproclamar-se rei. E ele:
- Li, não lembro mais onde, que o lar de um homem é seu castelo e resolvi levar a coisa ao pé da letra.
Quando Fabrício I morreu e deixou 25% dos seus bens para a mulher, 25% para os filhos, 10% para as putas do único bordel da cidade e 40% para os peões, os parentes resolveram restaurar a República.
CHEGANDO JUNTO NAS SEMENTES
.
.
.
.
.
.
.
.
SEMENTES... LIGUE O SOM E CLIQUE NOS LINKS ABAIXO:
http://www.youtube.com/watch?v=vSvJTu0qW3w
http://www.youtube.com/watch?v=dto5DkqQjac&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=bwaWnQ-axcQ&feature=related
08 fevereiro 2008
07 fevereiro 2008
06 fevereiro 2008
CHEGANDO JUNTOS NAS ESTRELAS
CertoPerdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo"?
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
Olavo Bilac
Imagine V. podendo observar a Terra a partir da Lua.
Como pensar que este organismo vital, que gera e sustenta inúmeras formas de vida, não seja uma coisa só! Um gracioso planeta que abriga tantas e tantas espécies de seres inteligentes e criativos... como imaginar que nele existam separação, conflito, injustiça e infelicidade? Separação proporcionada por grupos de poder, governos, instituições religiosas e outros congêneres que não reconhecem a Unidade, o Amor, que discriminam e condenam a diversidade, esta esplêndida característica de cada habitante do planeta?Por que tanta dor, tanta incompreensão entre os escolhidos viajantes da nave? Não conseguem olhar para o céu estrelado e se inspirar na vibração de amor, de doação total, de abundância de tudo que Deus nos proporciona... não têm olhos ou coração para ver no outro um irmão de caminhada, um ser perfeito e completo? Se em nosso interior não tivéssemos a esperança, este precioso sentimento atuando vigorosamente feito um bálsamo sobre nossas cicatrizes e nossas feridas de Alma, não poderíamos, provavelmente, continuar a busca pelo Caminho da evolução, da verdade, da realização, que na maioria das vezes ocultam resultados concretos, palpáveis. Este universo infinito que nós percorremos numa incrível velocidade não foi criado somente para ser contemplado nas noites estreladas; encontra-se na base de um projeto maior que talvez nos escape em sua amplitude, mas que pacientemente espera que nossa civilização - como um todo - dê finalmente um grande salto qualitativo, um processo que muitos chamam de Ascensão, de mudança de plano.
VEJA NA ÍNTEGRA EM:
http://somostodosum.ig.com.br/boletim/estrelas.asp
MARCHA DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Heli,
Belo samba da VAI VAI...
... quem sabe assim saimos da quarta-feira de cinzas.
A Vai-Vai é a campeã do Carnaval 2008 de São Paulo. A escola foi a quinta a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial, com o enredo:
"Vai-Vai acorda Brasil!
A saída é ter esperança!"
Confira o samba-enredo, composto Zé Carlinhos; Nayo Denai; Vagner Almeida e Danilo Alves:
Eu sou guerreiro de fé
Meu samba é no pé. Sou Vai-Vai
Se quero axé meu manto traz
No branco a paz, no preto amor.
Sou brasileiro e tenho meu valor
Desperta gigante é novo amanhecer
A levada do meu samba, vai te enlouquecer. (Meu Brasil)
Esbanja talentos musicais, herança de gênios imortais
Do céu ecoam melodias, em sinfonias, que embalam meu cantar
E "carinhosamente" a Bela Vista a desfilar, vem mostrar
Que um lindo sonho, nesta vida se torna real
Pra quem lutar, acreditar, buscar um ideal
Um lindo sonho, nesta vida se torna real
Pra quem lutar, acreditar num ideal
Alô Brasil, o nosso povo quer mais
Educação pra ser feliz!
Com união, vencer a corrupção
Passar a limpo este país!
Brilhou na arte a esperança
Iluminou as nossas vidas com o doce afã
De tocar, encantar, transformar as mentes do amanhã
Com o dom da musicalidade, "acordes com dignidade
Vem ver, na grande ópera do Carnaval
O bem vencendo o mal é a força da cidadania a trilhar
Vamos gritar aos quatro cantos desta pátria mãe gentil
Pra sempre vou te amar, "Acorda Brasil"
05 fevereiro 2008
04 fevereiro 2008
03 fevereiro 2008
SEGUNDO DIA DE CARNAVAL
Bakhtin, um pós-formalista russo, numa obra datada de 1928, acentua que " a vida carnavalesca é uma vida desviada de sua ordem habitual, em certo sentido uma vida às avessas, um mundo invertido" e ainda observa "as leis, proibições e restrições, que determinavam o sistema e a ordem da vida comum, isto é, extracarnavalesca, revogam-se durante o carnaval: revogam-se, antes de tudo, o sistema hierárquico e todas as formas conexas de medo, reverência, devoção, etiqueta, etc. , ou seja, tudo que é determinado pela desigualdade social hierárquica e por qualquer outra espécie de desigualdade (inclusive a etária) entre os homens." Portanto, dentro deste universo carnavalesco, o homem consegue superar os limites sócio-político-econômicos do dia-a-dia em sociedade para viver e celebrar a liberdade familiar entre os homens. Sem as correntes hierárquicas opressoras, na livre evolução do carnaval, o homem se organiza em massa e subverte a ordem tirânica instituída. Logo, o carnaval funciona como passarela da utopia, refúgio da fantasia, apoteose da liberdade e da igualdade. O carnaval é catarse coletiva, é purgação das tensões do dia-a-dia, é possibilidade de evasão, é expressão de protesto social para os oprimidos, é controle social para os opressores, é transgressão comercializada que serve aos donos do poder. O carnaval é ambíguo, é plural, é antropofágico, tem sentidos diferentes para diferentes pessoas, tem diferentes sentidos para a mesma pessoa. É, por isso, que todos aguardam e se guardam "pra quando o carnaval chegar", como afirmam os versos da canção-protesto de Chico Buarque, na década de 70, numa abordagem reflexiva sobre a importante função do Carnaval na vida do Homem: " Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando ? e não posso falar / tô me guardando pra quando o carnaval chegar... (...) Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada quem dera gritar / Tô me guardando pra quando o carnaval chegar." É dentro desta permissividade da abertura do carnaval que se dá o processo de mudança e renovação. As ruas e avenidas da cidade se transformam em palco onde o povo, impunemente, solta a voz reprimida, adiada e vive os mais variados papéis na prática do alívio das tensões. Do ponto de vista do poder, o carnaval institucionalizado funciona como forma de controlar os desajustes provocados pela repressão habitual. A livre fala do carnaval favorece a neutralização dos conflitos acumulados. E, assim, o Carnaval por ser polissêmico serve ao Povo e serve ao Poder.
Vamos ouvir a voz poética de Drummond iluminando uma instigante leitura sobre o carnaval.
VER E OUVIR, SEM BRINCAR
Ninguém pergunta mais:
_ Você vai brincar no carnaval?
Brincar, irmão, quem pode brincar
se perdida foi a idéia de brinquedo?
Alguns ainda perguntam:
_ Como é? Vai pular no carnaval?
Então é isso a festa: um pulo
e outro pulo e mais outro? Neste caso,
campeoníssimo seria João do Pulo.
O que ouço dizer é simplesmente:
_ Vai ver o carnaval?
Conclusão, ano 80:
Carnaval
é o visual.
Você não brinca mais,
nem mesmo pula mais
na rua hoje deserta, no salão
onde um suor se liga a outro suor
e ar condicionado é falta de ar.
Que pode o folião? Acaso existe ainda,
e funciona, essa palavra folião?
Folia, antiga dança rápida
que o adufe acompanha, no dizer
de sábio, antigo, dicionário.
Quem me dança a folia, quem folia,
quem fol ou fou, folâtre, folichon, folle,
fool, pratica o foliar?
Ah, sim, o sambista e sua escola
foliando para turistas e a distinta
Comissão Julgadora. Pontos! Pontos!
Quesitos mais quesitos! Briga feia
nessa programação oficial
que garimpa e governa o carnaval.
Foliam para os outros. Não foliam
pelo gosto,
pela graça,
pelo desejo de foliar, loucura santa,
desabrochar do corpo em rosa súbita,
em penacho, batuque, diabo, mico,
chama, cometa, esguicho, gargalhada,
a cambalhota em si, o riso puro,
o puro libertar-se da prisão
que cada um carrega um sua liberdade
vigiada, medida, escriturada.
Então pego uma sobra, vou olhar,
ouvir
a cor, o som, o balancê padronizado
que rioturisticamente se oferece
ao mercado da vista e dos ouvidos.
Eu vejo, não me integro,
não participo, não sou o grande todo,
nem o grande todo é mesmo todo e tudo.
Entre o olho e o desfile,
a arquibancada corta o meu impulso
de ser um com eles, ir com eles
pela rua afora,
pelo sonho afora.
A rua, onde ficou
a velha rua, seu espaço de brincar,
seu aberto salão a céu aberto,
sem entrada paga, sem cambistas,
e fiscais?
O carnaval é rua, não teatro,
não show, produto industrial
monumental
a ser consumido numa noite
de lenta evolução
e classes divididas
pelo respeitável público pagante.
Como comprar, como pagar
o que não tem preço e chama-se
alegria?
Boa reflexão para este domingo chuvoso de carnaval. O infantasiado coração do povo brasileiro veste a ilusão do carnaval e deixa na avenida a dor, a insatisfação das desigualdades sociais e renova-se para começar tudo de novo na quarta-feira de cinzas...
02 fevereiro 2008
SONHO DE CARNAVAL
Quero tirar a máscara
Me despir da fantasia de palhaço
Que exibo o ano inteiro !
Quero , de cara limpa ,
Cair na folia
Dos três dias !
Quero esquecer que sou palhaço
De uma sociedade massificada
De valores deturpados
Verdades mascaradas
Sentimentos massacrados
Pessoas manuseadas ...
No carnaval ! ? ...
Quero esquecer tudo isso...
Me abrir em sorriso
Afinal , pelo menos três dias,
Ser feliz é preciso !...
Mena Moreira
Veja link, clique no título.
01 fevereiro 2008
Chegando junto com a "realidade cultural" brasileira...
Moradores da Zona Leste recolheram as obras
MARIA REHDER
Cerca de 400 obras literárias, incluindo autores renomados como Federico García Lorca, Machado de Assis e Guimarães Rosa, amontoadas em sacos de lixo e jogadas na calçada, próximos a um bueiro. Foi assim que os moradores da Rua Jundiapeba, na Vila Zelina, região da Vila Prudente, na Zona Leste, encontraram na quarta-feira os livros descartados pela Escola Municipal Ruth Lopes Andrade.
O contador Manoel Rodrigues, 59 anos, conta que levou um susto ao passar em frente à escola por volta das 19h da quarta-feira. "Comecei a mexer nos sacos e para a minha surpresa, além de livros didáticos usados, encontrei clássicos da literatura, como João e Maria dos irmãos Grimm e a Casa de Bernarda Alba (de Federico García Lorca).
"O bancário Elvis Pires e Silva, 27 anos, que estava a caminho do supermercado, ficou indignado: "Quando vi as obras em sacos de lixo, decidi levá-las para casa. Foram necessárias oito viagens com meu carrinho de feira para levar cerca de 300 livros, já que vizinhos já tinham levado algumas obras."Os moradores da Vila Zelina tentaram entrar em contato com a direção da escola municipal ao ver os livros na rua, mas a unidade estava fechada.
"Alguns livros chegaram a molhar porque foram jogados perto de um bueiro, mas a maioria estava em bom estado, garante o contador, que salvou do lixo O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, entre outros clássicos.
O bancário conta que um dos moradores do bairro ligou ontem para a escola e teve a informação de que as obras foram descartadas "por causa de cupim".
"É duro você ensinar para os filhos o valor da leitura enquanto uma escola comete esse absurdo. Os livros estão em bom estado e vou doá-los para a instituição espírita Casa André Luiz."
Circe Bittencourt, coordenadora do Programa de Banco de Dados de Livros Escolares Brasileiros da (Livres/Universidade de São Paulo), afirma que não há nada que justifique essa atitude da escola.
"É um absurdo. Nenhum tipo de educador pode fazer uma coisa dessas."
No entanto, a especialista avalia que falta hoje na rede pública de ensino uma educação formativa de educadores - não só de professores, mas para todos os funcionários da escola - sobre a importância da leitura.
"O poder público tem que rever o papel da biblioteca (a escolar e a pública). É preciso criar meios para mobilizar a sociedade para freqüentá-las."Ezequiel Theodoro da Silva, professor da Faculdade de Educação da Unicamp e presidente da Associação Brasileira de Leitura, afirma que na maioria dos casos o acervo das bibliotecas das escolas públicas não é planejado e muitas delas ficam em espaços improvisados na escola.
"Isso não justifica o descarte de livros, mas há escolas que recebem doações ou grandes remessas cuja a compra foi mal planejada, o que gera um acúmulo de obras as quais a escola sequer tem espaço para guardar."
O outro lado
A reportagem do JT tentou entrar em contato com a direção da escola, que informou que responderia via Diretoria de Ensino. A Secretaria Municipal de Educação, por meio de nota, informou que a Diretoria Regional de Educação Ipiranga , considerando a gravidade da denúncia envolvendo a Emef Prof. Ruth Lopes Andrade (Vila Zelina), determinou uma apuração preliminar para esclarecer os fatos. Segundo a nota, "a medida permitirá que se conheça as razões pelas quais os livros do acervo da unidade tenham sido jogados fora".
Jornal da Tarde, 1 fev. 2008.